Dando seguimento ao post do dia 7 de Outubro, acerca do comentário que foi enviado para o grupo Jornalistas da Web, intitulado "Weblog é só ferramenta", outras opiniões têm sido enviadas para o grupo.
Uma delas é de Jotaesse que, a determinada altura escreve que "...acho que esta polemica deriva do fato de que muitas vezes se usam palavras que substituem o "conteudo pelo continente". Por exemplo: usa-se "blog" no lugar de "blogging", ou seja, "blog" está para "jornal", assim como "blogging" (ou bloguismo...) estaria para "jornalismo"... e até "blogger" (ou blogueiro, ou bloguista...) poderia estar para "jornalista" (mas não para jornaleiro). É apenas uma comparação,tentando mostrar a importancia que se confere ao blogging, atualmente, pela expressão que ele tem, hoje, ao permitir a "qualquer um" veicular suavoz, seus pensamentos, suas idéias, sua forma de ver as coisas (suas, pessoais, ou gerais), via internet, num verdadeiro fenômeno de caráter social, pois é a primeira oportunidade que "qualquer um" está tendo para mostrar que existe, como ser humano, como cidadão, ou até mesmo como "simples" pessoa quando escreve seu diário pessoal, que considero uma forma válida de expressão cultural (e não uma bobagem...). tudo sem gastar quase nada e sem usar ferramentas de gestão de conteudo tecnologicamente mais avançadas e eficientes (se bem que nem sempre eficazes...), e, por isto mesmo (pelo custo...) inacessíveis pela grande maioria das PESSOAS.
Mas quem abordou com profundidade este tema, ainda em junho de 2002, foi o gurú Glenn "InstaPundit" Reynolds (law professor da University of Tennessee), ao escrever o artigo a que chamou de "FAQJ: Frequently asked questions by journalists", e que vale uma análise prá quem gosta de uma leitura e uma abordagem interessantes".
Nicolau Centola referiu que "...o problema do blog, na minha humilde opinião, não é a nomenclatura, mas está no fato de que, na maioria das vezes, é forçar a barra achar que blogging (para usar o termo correto) é jornalismo. NÃO É! Isso na esmagadora maioria dos casos. Pode vir a ser um dia? Sim, pode. Mas ainda não é. E acho que todos concordam com isso. Com raríssimas exceções, a grande maioria está mesmo interessada em contar o que viu na TV, comeu ontem, fez de manhã etc etc etc.
Espero sinceramente que o blog (para usar o termo certo) venha a ser um dia um veículo tão importante quanto um jornal. Seria uma ferramenta maravilhosa para tornar a Internet novamente um veículo anárquico (na concepção correta do termo). Mas estamos longe disso, vocês não acham? O que não dá é a gente dizer que é uma coisa que a gente gostaria que fosse mas ainda não é.
Os blogs (e o blogging) hoje têm alguns problemas graves:
- a grande maioria do conteúdo é lixo
- poucas são as iniciativas consistentes no campo do jornalismo
- os recursos para criação, manutenção e melhoria dos blogs ainda são incipientes, e se luta com diversas limitações
- a arquitetura é falha e os grandes hospedeiros ainda lutam contra erros, saídas do ar etc
Quando tudo isso for resolvido, e quando começar a ser usado com o poder que a ferramenta tem, o blogging PODE se tornar uma nova mídia. Por hora, estamos ansiosos no aguardo"
Por seu lado, Fernando, respondendo a Nicolau Centola esclarece que "...no caso dos primeiros dois defeitos que você citou em relação aos blogs, eles podem ser aplicados a inúmeros jornais que andam por aí. Concordo com você que a coisa ainda
é incipiente e, na maioria dos casos, terá pouco a ver com jornalismo. Mas é preciso considerar que:
- os blogs podem servir de fonte para algumas matérias. Por exemplo, se você quer saber como as pessoas consomem a cultura pop, poderá fazer uma parte da matéria consultando posts e comentários em blogs mais dirigidos a esse tema.
- Os blogs relacionados ao jornalismo indicam oportuniades de inúmeros estudos na área, que vão da interatividade à recepção ativa das informações".
Um post que não foi assinado refere que "...A discussão sobre blog e jornais, ou, blogging e jornalismo passa por uma questão muito mais profunda: o que é jornalismo e o que está sendo praticado hoje? A notícia jornalística apresenta algumas características em sua essência como ineditismo, interesse geral, utilidade pública etc. Será que jornais impressos, revistas, telejornais e radiojornais atendem esse requisito quando produzem sua pauta e conteúdo?
O debate pode descer a uma profundida muito maior e derivar para a discussão sobre jornalismo, entretenimento, publicidade etc. Os blogs e o fenômeno
blogging parecem ser apenas um reflexo dessa mudança: a transformação do que podemos chamar de jornalismo tradicional (ou puro) - sem entrar no mérito da nomenclatura - para um jornalismo de entretenimento, aliando técnicas jornalísticas com ferramentas persuasivas da publicidade".
Já a opinião de Artur Araújo é a seguinte: "Não podemos perder de vista que blog é um formato, um suporte. O que vale é o que está dentro do formato... A "salvação" do jornalismo virá dos jornalistas.
Se fetichizarmos o blog, vamos começar a pensar como os barões da imprensa que, quando pensam em melhorar seus jornais, pensam em comprar máquinas novas ou mudar o visual de apresentação.
Bom jornalismo se faz com bons jornalistas... é tautológico, eu sei, mas o que quero dizer com isso é evitar ver um "brinquedinho" como a redenção do
mundo.
O Inter.Mezzo é bom não porque é um blog, mas porque tem gente qualificada produzindo-o. Por um acaso, essa excelente equipe produz em uma página no
formato de blog. Só isso. Se o Inter.Mezzo fosse um programa de tv, continuaria muito bom, se fosse um tablóide, também... Não vamos fazer o blog virar uma "buzz word", uma palavra mágica".
Alexandre Carvalho do Língua de Trapo faz as perguntas e dá as suas respostas. "E por que ainda há muito ceticismo em relação aos blogs aqui?
Na minha opinião, porque são poucos os bons exemplos. E quando encontramos algo que valha a pena, tem pouca audiência, raramente algum comentário. Agora pegue um blog que só tenha bobagens. Acontece justamente o contrário. Ou seja, aqui, muitas pessoas que têm acesso à Internet até já conhecem o conceito de blog, mas o consideram como mais uma forma de entretenimento e nada mais.
Pois é, aqui no Brasil contam-se nos dedos as iniciativas de se aliar blogs ao verdadeiro jornalismo. Enquanto em Portugal já há até congressos sobre blogs (...)
A própria Elisabete Barbosa, do Jornalismo Digital, nos dá vários exemplos de como esse conceito tem se desenvolvido por lá.
Considero os blogs ferramentas com muito potencial na área de comunicação, que merece estudo e análise. Se há muita baboseira por aí, há também espaços que merecem respeito e atenção. Mas será que os poucos exemplos que temos aqui no Brasil são suficientes para que se consiga ter um estudo sério e consistente sobre o assunto. Eu acho que ainda estamos muito longe de um padrão que justifique um estudo desse tipo. Se pegarmos os exemplos lá fora, aí justifica-se totalmente essa análise".
Uma conclusão eu posso tirar. Aqui em Portugal, pelos vistos, a blogomania é mais intensa do que no Brasil. Cá como lá, eles servem para tudo.
No entanto, ainda não fiquei esclarecido em relação à "ligação" entre os blogs e o jornalismo, assim como, qual dos dois é que vai prevalecer.
Aceitam-se comentários...
Uma delas é de Jotaesse que, a determinada altura escreve que "...acho que esta polemica deriva do fato de que muitas vezes se usam palavras que substituem o "conteudo pelo continente". Por exemplo: usa-se "blog" no lugar de "blogging", ou seja, "blog" está para "jornal", assim como "blogging" (ou bloguismo...) estaria para "jornalismo"... e até "blogger" (ou blogueiro, ou bloguista...) poderia estar para "jornalista" (mas não para jornaleiro). É apenas uma comparação,tentando mostrar a importancia que se confere ao blogging, atualmente, pela expressão que ele tem, hoje, ao permitir a "qualquer um" veicular suavoz, seus pensamentos, suas idéias, sua forma de ver as coisas (suas, pessoais, ou gerais), via internet, num verdadeiro fenômeno de caráter social, pois é a primeira oportunidade que "qualquer um" está tendo para mostrar que existe, como ser humano, como cidadão, ou até mesmo como "simples" pessoa quando escreve seu diário pessoal, que considero uma forma válida de expressão cultural (e não uma bobagem...). tudo sem gastar quase nada e sem usar ferramentas de gestão de conteudo tecnologicamente mais avançadas e eficientes (se bem que nem sempre eficazes...), e, por isto mesmo (pelo custo...) inacessíveis pela grande maioria das PESSOAS.
Mas quem abordou com profundidade este tema, ainda em junho de 2002, foi o gurú Glenn "InstaPundit" Reynolds (law professor da University of Tennessee), ao escrever o artigo a que chamou de "FAQJ: Frequently asked questions by journalists", e que vale uma análise prá quem gosta de uma leitura e uma abordagem interessantes".
Nicolau Centola referiu que "...o problema do blog, na minha humilde opinião, não é a nomenclatura, mas está no fato de que, na maioria das vezes, é forçar a barra achar que blogging (para usar o termo correto) é jornalismo. NÃO É! Isso na esmagadora maioria dos casos. Pode vir a ser um dia? Sim, pode. Mas ainda não é. E acho que todos concordam com isso. Com raríssimas exceções, a grande maioria está mesmo interessada em contar o que viu na TV, comeu ontem, fez de manhã etc etc etc.
Espero sinceramente que o blog (para usar o termo certo) venha a ser um dia um veículo tão importante quanto um jornal. Seria uma ferramenta maravilhosa para tornar a Internet novamente um veículo anárquico (na concepção correta do termo). Mas estamos longe disso, vocês não acham? O que não dá é a gente dizer que é uma coisa que a gente gostaria que fosse mas ainda não é.
Os blogs (e o blogging) hoje têm alguns problemas graves:
- a grande maioria do conteúdo é lixo
- poucas são as iniciativas consistentes no campo do jornalismo
- os recursos para criação, manutenção e melhoria dos blogs ainda são incipientes, e se luta com diversas limitações
- a arquitetura é falha e os grandes hospedeiros ainda lutam contra erros, saídas do ar etc
Quando tudo isso for resolvido, e quando começar a ser usado com o poder que a ferramenta tem, o blogging PODE se tornar uma nova mídia. Por hora, estamos ansiosos no aguardo"
Por seu lado, Fernando, respondendo a Nicolau Centola esclarece que "...no caso dos primeiros dois defeitos que você citou em relação aos blogs, eles podem ser aplicados a inúmeros jornais que andam por aí. Concordo com você que a coisa ainda
é incipiente e, na maioria dos casos, terá pouco a ver com jornalismo. Mas é preciso considerar que:
- os blogs podem servir de fonte para algumas matérias. Por exemplo, se você quer saber como as pessoas consomem a cultura pop, poderá fazer uma parte da matéria consultando posts e comentários em blogs mais dirigidos a esse tema.
- Os blogs relacionados ao jornalismo indicam oportuniades de inúmeros estudos na área, que vão da interatividade à recepção ativa das informações".
Um post que não foi assinado refere que "...A discussão sobre blog e jornais, ou, blogging e jornalismo passa por uma questão muito mais profunda: o que é jornalismo e o que está sendo praticado hoje? A notícia jornalística apresenta algumas características em sua essência como ineditismo, interesse geral, utilidade pública etc. Será que jornais impressos, revistas, telejornais e radiojornais atendem esse requisito quando produzem sua pauta e conteúdo?
O debate pode descer a uma profundida muito maior e derivar para a discussão sobre jornalismo, entretenimento, publicidade etc. Os blogs e o fenômeno
blogging parecem ser apenas um reflexo dessa mudança: a transformação do que podemos chamar de jornalismo tradicional (ou puro) - sem entrar no mérito da nomenclatura - para um jornalismo de entretenimento, aliando técnicas jornalísticas com ferramentas persuasivas da publicidade".
Já a opinião de Artur Araújo é a seguinte: "Não podemos perder de vista que blog é um formato, um suporte. O que vale é o que está dentro do formato... A "salvação" do jornalismo virá dos jornalistas.
Se fetichizarmos o blog, vamos começar a pensar como os barões da imprensa que, quando pensam em melhorar seus jornais, pensam em comprar máquinas novas ou mudar o visual de apresentação.
Bom jornalismo se faz com bons jornalistas... é tautológico, eu sei, mas o que quero dizer com isso é evitar ver um "brinquedinho" como a redenção do
mundo.
O Inter.Mezzo é bom não porque é um blog, mas porque tem gente qualificada produzindo-o. Por um acaso, essa excelente equipe produz em uma página no
formato de blog. Só isso. Se o Inter.Mezzo fosse um programa de tv, continuaria muito bom, se fosse um tablóide, também... Não vamos fazer o blog virar uma "buzz word", uma palavra mágica".
Alexandre Carvalho do Língua de Trapo faz as perguntas e dá as suas respostas. "E por que ainda há muito ceticismo em relação aos blogs aqui?
Na minha opinião, porque são poucos os bons exemplos. E quando encontramos algo que valha a pena, tem pouca audiência, raramente algum comentário. Agora pegue um blog que só tenha bobagens. Acontece justamente o contrário. Ou seja, aqui, muitas pessoas que têm acesso à Internet até já conhecem o conceito de blog, mas o consideram como mais uma forma de entretenimento e nada mais.
Pois é, aqui no Brasil contam-se nos dedos as iniciativas de se aliar blogs ao verdadeiro jornalismo. Enquanto em Portugal já há até congressos sobre blogs (...)
A própria Elisabete Barbosa, do Jornalismo Digital, nos dá vários exemplos de como esse conceito tem se desenvolvido por lá.
Considero os blogs ferramentas com muito potencial na área de comunicação, que merece estudo e análise. Se há muita baboseira por aí, há também espaços que merecem respeito e atenção. Mas será que os poucos exemplos que temos aqui no Brasil são suficientes para que se consiga ter um estudo sério e consistente sobre o assunto. Eu acho que ainda estamos muito longe de um padrão que justifique um estudo desse tipo. Se pegarmos os exemplos lá fora, aí justifica-se totalmente essa análise".
Uma conclusão eu posso tirar. Aqui em Portugal, pelos vistos, a blogomania é mais intensa do que no Brasil. Cá como lá, eles servem para tudo.
No entanto, ainda não fiquei esclarecido em relação à "ligação" entre os blogs e o jornalismo, assim como, qual dos dois é que vai prevalecer.
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