O fim da Imprensa?
Por Alessandro Barbosa Lima, consultor de marketing em meios electr�nicos e autor do livro E-Life - Ideias vencedoras para marketing e promo��o na Web
A Internet tem provocado mudan�as de poder nunca antes imaginadas. Primeiro decretou-se o fim do atravessador. De facto, empresas como a Sony e a Dell vendem directamente ao consumidor, mas os varejistas continuam a�, na Internet e fora dela. Os dois modelos convivem - at� ao momento - sem conflitos.
A Dell � um exemplo de que o consumidor agora � quem tem o poder. O poder para decidir na fabrica��o do produto antes mesmo dele sair da linha de montagem. Hoje s�o computadores, amanh� autom�veis, casas, enfim, todas as mercadorias.
Mas isso � apenas a ponta do iceberg. A facilidade de publica��o de conte�do na Internet poderia acabar com um dos mais antigos atravessadores do mundo, o atravessador de informa��es, a Imprensa?
A pergunta n�o � f�cil de ser respondida, mas alguns factos fazem-nos acreditar que em breve n�o precisaremos mais da Imprensa como a conhecemos hoje, ou do quarto poder, como ela tamb�m � chamada, devido ao seu poder fiscalizador.
Como fiscalizador da sociedade, a Imprensa representa-nos, � a atravessadora da opini�o p�blica para a pr�pria opin�o p�blica, num ciclo que se re-alimenta. Amplifica opini�es e, pelo menos na teoria, divulga informa��es verdadeiras que garantem uma sociedade mais justa e democr�tica.
Mas se pensarmos um pouco no papel da Imprensa dentro da sociedade da informa��o que est� sendo constru�da, podemos observar que h� algumas mudan�as, que silenciosa e lentamente poder�o enfraquecer o papel desta institui��o das sociedades democr�ticas.
A facilidade de propagar conte�dos atrav�s da Internet, em sites pessoais, blogs, correntes por e-mail comunidades virtuais e sites de not�cias enviadas pelos usu�rios, como o Slashdot, est�o mudando a face da informa��o e possivelmente mudar�o o que conhecemos por Imprensa no futuro.
Em 1995, criei a primeira revista da Internet brasileira, a Revista Mundi. Na �poca, da produ��o da p�gina � cria��o de imagens, era tudo muito lento e trabalhoso. Hoje, qualquer pessoa que conhe�a tecnologia e que saiba escrever pode-se tornar um pretenso jornalista, divulgando informa��es sobre o seu bairro, a sua cidade, ou o seu pa�s. Muitos usam este canal para falar de produtos. Se no passado revistas especializadas avaliavam ve�culos, e outros bens de consumo, hoje, estas avalia��es s�o realizadas em comunidades online ou em blogs e sites pessoais. N�o precisamos mais de atravessadores de informa��es.
Para um consumidor prestes a comprar um produto, a experi�ncia colectiva de milhares de consumidores ser� mais valiosa do que a experi�ncia de um �nico jornalista. As empresas "ponto com" n�o exageraram quando supervalorizaram o papel da Internet. Na Amazon ou no Submarino, por exemplo, posso ao mesmo tempo ler resenhas dos visitantes e comprar o livro. N�o precisamos mais da revista especializada em literatura.
Ser� que os nossos filhos preferir�o uma opini�o profissional, muitas vezes n�o t�o imparcial quanto deveria a v�rias opini�es de consumidores que efectivamente compraram o produto?
Muito j� se pregou sobre o fim de tudo, do livro ao pr�prio planeta. Concordo com Umberto Eco que diz que o livro n�o vai acabar, mas talvez acabe o formato actual. A Imprensa n�o vai acabar, com certeza. Mas a Imprensa n�o ser� mais algu�m com um diploma de jornalista na parede. N�o se trata de discutir o fim do diploma ou n�o. A discuss�o � mais nobre. Acredito que Imprensa seremos todos n�s, com disposi��o para disponibilizar conte�do na Internet e com credibilidade para ser lido e referenciado por outros.
A maior revista, o maior jornal, toda a informa��o sobre qualquer assunto est� hoje dispon�vel na Internet. N�o em sites, em locais espec�ficos, mas espalhado como uma erva daninha, como um rizoma. Hoje para achar conte�dos espec�ficos ou saber a cota��o da bolsa de valores � mais f�cil se apontarmos os nossos navegadores para um ve�culo de Comunica��o qualquer. S� a pr�xima gera��o de mecanismos de busca e agentes inteligentes poder�o reunir estas informa��es de forma organizada e criar uma revista ou jornal personalizados, impresso em papel especial, toda a manh�, como os computadores da Dell, sob demanda.
Por enquanto temos jornalistas escrevendo em meios de comunica��o respeit�veis. Assessores de imprensa tentando divulgar informa��es nestes meios e depois monitor�-las. E leitores.
No futuro, teremos leitores que tamb�m escrever�o. E especialistas em Informa��o e Comunica��o que ao inv�s de enviar realises mec�nicos para meios de comunica��o divulgando as empresas que representam, ir�o aprender a gerar boca-a-boca sobre produtos e servi�os para todos n�s, leitores-jornalistas da Internet. N�o haver� poucos alvos, todos seremos alvos. Todos que escrevem no seu blog, site pessoal ou numa comunidade on-line contribuir�o para a intelig�ncia colectiva ou opini�o colectiva sobre qualquer assunto. Os formadores de opini�o ser�o a chave para a Imprensa e para as Rela��es P�blicas do futuro.
Dica de Sueli dos Santos, em e-mail enviado para o grupo Jornalistas da Web.
A Internet tem provocado mudan�as de poder nunca antes imaginadas. Primeiro decretou-se o fim do atravessador. De facto, empresas como a Sony e a Dell vendem directamente ao consumidor, mas os varejistas continuam a�, na Internet e fora dela. Os dois modelos convivem - at� ao momento - sem conflitos.
A Dell � um exemplo de que o consumidor agora � quem tem o poder. O poder para decidir na fabrica��o do produto antes mesmo dele sair da linha de montagem. Hoje s�o computadores, amanh� autom�veis, casas, enfim, todas as mercadorias.
Mas isso � apenas a ponta do iceberg. A facilidade de publica��o de conte�do na Internet poderia acabar com um dos mais antigos atravessadores do mundo, o atravessador de informa��es, a Imprensa?
A pergunta n�o � f�cil de ser respondida, mas alguns factos fazem-nos acreditar que em breve n�o precisaremos mais da Imprensa como a conhecemos hoje, ou do quarto poder, como ela tamb�m � chamada, devido ao seu poder fiscalizador.
Como fiscalizador da sociedade, a Imprensa representa-nos, � a atravessadora da opini�o p�blica para a pr�pria opin�o p�blica, num ciclo que se re-alimenta. Amplifica opini�es e, pelo menos na teoria, divulga informa��es verdadeiras que garantem uma sociedade mais justa e democr�tica.
Mas se pensarmos um pouco no papel da Imprensa dentro da sociedade da informa��o que est� sendo constru�da, podemos observar que h� algumas mudan�as, que silenciosa e lentamente poder�o enfraquecer o papel desta institui��o das sociedades democr�ticas.
A facilidade de propagar conte�dos atrav�s da Internet, em sites pessoais, blogs, correntes por e-mail comunidades virtuais e sites de not�cias enviadas pelos usu�rios, como o Slashdot, est�o mudando a face da informa��o e possivelmente mudar�o o que conhecemos por Imprensa no futuro.
Em 1995, criei a primeira revista da Internet brasileira, a Revista Mundi. Na �poca, da produ��o da p�gina � cria��o de imagens, era tudo muito lento e trabalhoso. Hoje, qualquer pessoa que conhe�a tecnologia e que saiba escrever pode-se tornar um pretenso jornalista, divulgando informa��es sobre o seu bairro, a sua cidade, ou o seu pa�s. Muitos usam este canal para falar de produtos. Se no passado revistas especializadas avaliavam ve�culos, e outros bens de consumo, hoje, estas avalia��es s�o realizadas em comunidades online ou em blogs e sites pessoais. N�o precisamos mais de atravessadores de informa��es.
Para um consumidor prestes a comprar um produto, a experi�ncia colectiva de milhares de consumidores ser� mais valiosa do que a experi�ncia de um �nico jornalista. As empresas "ponto com" n�o exageraram quando supervalorizaram o papel da Internet. Na Amazon ou no Submarino, por exemplo, posso ao mesmo tempo ler resenhas dos visitantes e comprar o livro. N�o precisamos mais da revista especializada em literatura.
Ser� que os nossos filhos preferir�o uma opini�o profissional, muitas vezes n�o t�o imparcial quanto deveria a v�rias opini�es de consumidores que efectivamente compraram o produto?
Muito j� se pregou sobre o fim de tudo, do livro ao pr�prio planeta. Concordo com Umberto Eco que diz que o livro n�o vai acabar, mas talvez acabe o formato actual. A Imprensa n�o vai acabar, com certeza. Mas a Imprensa n�o ser� mais algu�m com um diploma de jornalista na parede. N�o se trata de discutir o fim do diploma ou n�o. A discuss�o � mais nobre. Acredito que Imprensa seremos todos n�s, com disposi��o para disponibilizar conte�do na Internet e com credibilidade para ser lido e referenciado por outros.
A maior revista, o maior jornal, toda a informa��o sobre qualquer assunto est� hoje dispon�vel na Internet. N�o em sites, em locais espec�ficos, mas espalhado como uma erva daninha, como um rizoma. Hoje para achar conte�dos espec�ficos ou saber a cota��o da bolsa de valores � mais f�cil se apontarmos os nossos navegadores para um ve�culo de Comunica��o qualquer. S� a pr�xima gera��o de mecanismos de busca e agentes inteligentes poder�o reunir estas informa��es de forma organizada e criar uma revista ou jornal personalizados, impresso em papel especial, toda a manh�, como os computadores da Dell, sob demanda.
Por enquanto temos jornalistas escrevendo em meios de comunica��o respeit�veis. Assessores de imprensa tentando divulgar informa��es nestes meios e depois monitor�-las. E leitores.
No futuro, teremos leitores que tamb�m escrever�o. E especialistas em Informa��o e Comunica��o que ao inv�s de enviar realises mec�nicos para meios de comunica��o divulgando as empresas que representam, ir�o aprender a gerar boca-a-boca sobre produtos e servi�os para todos n�s, leitores-jornalistas da Internet. N�o haver� poucos alvos, todos seremos alvos. Todos que escrevem no seu blog, site pessoal ou numa comunidade on-line contribuir�o para a intelig�ncia colectiva ou opini�o colectiva sobre qualquer assunto. Os formadores de opini�o ser�o a chave para a Imprensa e para as Rela��es P�blicas do futuro.
Dica de Sueli dos Santos, em e-mail enviado para o grupo Jornalistas da Web.
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