O JORNALISMO NO SÉCULO XXI
A questão central que o tema nos chama a reflectir é saber que perspectivas se colocam ao exercício da profissão de jornalista no Século XXI.
Esta reflexão poder-nos-á conduzir, à partida, a um conjunto de outras questões como: que jornalismo?, que jornalistas?, qual a influência dos media na formação da opinião pública?, ou, se preferirmos, que interacção?, ou tão simplesmente, que esperamos deste "simbólico" Século XXI?
No dizer de Jean Baudrillard "trata-se de uma espera mágica, ela própria milenarista, de não-parusia. Enquanto esperamos, paralisamos todos - uma catalepsia crescente, uma catatonia colectiva, de olhos postos na contagem decrescente. Mas este suspense é vazio: é como se todo o Século XX se esvaziasse da sua substância em poucos anos, como se reavaliasse e baixasse o nível das suas exigências até apagar os próprios vestígios da sua história".
Podemos dizer que, no imaginário deste fim de século, o "cybermundo" tomou o lugar que, durante tantos anos, foi de Mc Luhan, a partir do momento em que anunciou o fim da "galáxia de Gutenberg" e instituiu a sua "aldeia global".
Conhecemos a contemporaneidade de todas as "revoluções" informáticas e reconhecemos as alterações que elas produziram e produzem na nossa vida quer nos domínios económico, social e cultural, quer nos domínios da política e do religioso. Apercebemo-nos das transformações introduzidas, adaptamo-nos com rapidez e inventamos o futuro mesmo sabendo que a sua "evolução é imprognosticável".
O aliciante do debate à volta do tema "O Jornalismo no Século XXI" reside, precisamente, neste inventar o futuro mesmo sabendo como Paul Valery que "o futuro já não é o que era", ou acreditando como François Miterrand que "existe sempre um futuro para aqueles que pensam no futuro".
Como coordenador do tema cabe-me a tarefa de abrir caminhos, alinhar ideias, sugerir tópicos, mais do que defender o meu caminho, as minhas ideias e o meu objecto crítico ou de crítica. O importante é que o debate seja sério, intelectualmente; vivo e polémico quanto rigoroso; e prospectivo quanto permita a reflexão que cada um dos participantes revelar e comunicar no encontro temático.
Sendo assim, trago ao convívio e à consideração de cada um de vós, pequenos apontamentos de vários autores que, exercendo actividades tão diferentes, são, como todos nós, pessoas que pensam sobre as questões da comunicação de ontem e de hoje e tecem, igualmente, interessantes reflexões prospectivas. A intenção, ao transmiti-los, é o de alargar o horizonte dos argumentos e não o de limitar o acto criativo das vossas comunicações porque "a melhor forma de projectar o futuro é inventá-lo".
O texto pode ser lido na íntegra, clicando aqui.
Entretanto, o autor finaliza o texto da seguinte forma:
Por este caminho, para onde irá a imprensa? Os utilizadores estarão sempre dispostos a pagar a informação profissional, mas quem subscreverá um artigo sobre a guerra da Bósnia ou do Líbano? Quem pagará para ler um político? Quem financiará um inquérito que corra o risco de não ser terminado? De igual modo, quem assegurará a notoriedade das assinaturas? Sem o seu jornal, ninguém conhece John Markoff e portanto nem pensará em comprar-lhe um artigo. Mais uma vez. A tecnologia morde o próprio rabo.
Esta reflexão poder-nos-á conduzir, à partida, a um conjunto de outras questões como: que jornalismo?, que jornalistas?, qual a influência dos media na formação da opinião pública?, ou, se preferirmos, que interacção?, ou tão simplesmente, que esperamos deste "simbólico" Século XXI?
No dizer de Jean Baudrillard "trata-se de uma espera mágica, ela própria milenarista, de não-parusia. Enquanto esperamos, paralisamos todos - uma catalepsia crescente, uma catatonia colectiva, de olhos postos na contagem decrescente. Mas este suspense é vazio: é como se todo o Século XX se esvaziasse da sua substância em poucos anos, como se reavaliasse e baixasse o nível das suas exigências até apagar os próprios vestígios da sua história".
Podemos dizer que, no imaginário deste fim de século, o "cybermundo" tomou o lugar que, durante tantos anos, foi de Mc Luhan, a partir do momento em que anunciou o fim da "galáxia de Gutenberg" e instituiu a sua "aldeia global".
Conhecemos a contemporaneidade de todas as "revoluções" informáticas e reconhecemos as alterações que elas produziram e produzem na nossa vida quer nos domínios económico, social e cultural, quer nos domínios da política e do religioso. Apercebemo-nos das transformações introduzidas, adaptamo-nos com rapidez e inventamos o futuro mesmo sabendo que a sua "evolução é imprognosticável".
O aliciante do debate à volta do tema "O Jornalismo no Século XXI" reside, precisamente, neste inventar o futuro mesmo sabendo como Paul Valery que "o futuro já não é o que era", ou acreditando como François Miterrand que "existe sempre um futuro para aqueles que pensam no futuro".
Como coordenador do tema cabe-me a tarefa de abrir caminhos, alinhar ideias, sugerir tópicos, mais do que defender o meu caminho, as minhas ideias e o meu objecto crítico ou de crítica. O importante é que o debate seja sério, intelectualmente; vivo e polémico quanto rigoroso; e prospectivo quanto permita a reflexão que cada um dos participantes revelar e comunicar no encontro temático.
Sendo assim, trago ao convívio e à consideração de cada um de vós, pequenos apontamentos de vários autores que, exercendo actividades tão diferentes, são, como todos nós, pessoas que pensam sobre as questões da comunicação de ontem e de hoje e tecem, igualmente, interessantes reflexões prospectivas. A intenção, ao transmiti-los, é o de alargar o horizonte dos argumentos e não o de limitar o acto criativo das vossas comunicações porque "a melhor forma de projectar o futuro é inventá-lo".
O texto pode ser lido na íntegra, clicando aqui.
Entretanto, o autor finaliza o texto da seguinte forma:
Por este caminho, para onde irá a imprensa? Os utilizadores estarão sempre dispostos a pagar a informação profissional, mas quem subscreverá um artigo sobre a guerra da Bósnia ou do Líbano? Quem pagará para ler um político? Quem financiará um inquérito que corra o risco de não ser terminado? De igual modo, quem assegurará a notoriedade das assinaturas? Sem o seu jornal, ninguém conhece John Markoff e portanto nem pensará em comprar-lhe um artigo. Mais uma vez. A tecnologia morde o próprio rabo.
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