O artigo que se segue � de autoria de J. A. Pereira e foi publicado na edi��o de Novembro e Dezembro de 2002, do Boletim Municipal da C�mara Municipal de Penedono.
O meu coment�rio est� logo a seguir.
A Imprensa Regional
A �poca em que vivemos ser� recordada, certamente, pelos vindouros que estudar�o a Hist�ria, como a era at�mica, mas vista pelo aspecto pol�tico-social, ser� definida como a era dos mass-media, isto �, os meios de massas e de comunica��o social. Estes s�o, de facto, a grande for�a no nosso tempo e da nossa vida. E s�o muitos e variados estes meios, desde a comunica��o oral, a televis�o, a r�dio, a confer�ncia, � comunica��o escrita, com jornais di�rios nacionais, revistas, seman�rios de grande tiragem, at� � imprensa regional.
� uma barafunda com todos estes mass-media a dar-nos cabo da cabe�a e a deixar-nos cada vez mais confusos.
Cada um deles precisaria da sua an�lise cr�tica. Mas deixemos isso, que � muita �areia para a nossa camioneta�. Viremo-nos apenas para a empresa regional.
Ela existe desde longa data. Sempre houve e agora est� mais divulgada. A imprensa regional est� mais perto de n�s, mexe mais connosco, relata factos pr�ximos, fala-nos de assuntos locais ou regionais, colaboram nela pessoas nossas conhecidas, e muito mais e, isso, convida-nos � sua leitura.
T�m chegado at� n�s testemunhos como este: �n�o posso com os jornais di�rios; mas quando recebo os jornais da nossa regi�o, at� os an�ncios leio�. Ora, aqui temos um meio de comunica��o privilegiado para levar as nossas mensagens a todos os leitores.
Mas h� imprensa regional que se enquadra, perfeitamente, nas caracter�sticas objectivas e princ�pios que nos dizem alguma coisa. Nas esque�amos que a boa imprensa regional deve instruir, estimular, formar, modelar, esclarecer, entre outros. Formar, custa mais que deformar. A mensagem mentirosa passa mais facilmente do que a mensagem verdadeira. Informar com rectid�o, seriedade e honestidade � mais dif�cil do que informar com mentiras, com inventos maquiav�licos, deturpando realidades e acontecimentos que tiveram a sua �poca e que aconteceram sempre com a boa inten��o de ajudar o pr�ximo.
Agora vale tudo. E s� n�o se tiram olhos porque as pessoas os protegem. N�o est� bem. A imprensa regional e felizmente que ainda temos muitos e bons exemplos, continua a ser um baluarte indiscut�vel na boa forma��o e informa��o. Exige muita doa��o, sacrif�cio e tempo aos seus respons�veis, mas vale quando se colhem os frutos de boas sementeiras.
E, quando assim �, n�o s�o precisos de ningu�m para assegurar a sua subsist�ncia e periodicidade. Bastam-se a si pr�prios. E n�o acabam com a publica��o como tem acontecido com alguns aqui � nossa volta.
Imprensa regional, sim e muita, mas s�ria, isenta, vertical, boa mensageira, que dignifique os seus promotores e, essencialmente, os seus leitores que, certamente, j� n�o s�o passivos e acr�licos. A conjuntura pol�tico-social actual assim o exige.
Ofender, n�o � apan�gio dos bons jornalistas regionais.
Eu comento:
Numa altura em que o jornalismo est� em crise, como que por arrasto, tamb�m a imprensa regional � afectada. Como s�o �rg�os de informa��o mais pequenos, as dificuldades chegam-lhes mais depressa. Apesar de o n�mero de funcion�rios que trabalha num jornal regional ser menor do que os que trabalham num jornal nacional, os seus p�blicos tamb�m s�o mais pequenos e, a sua �rea de interven��o, tamb�m o �.
Por conseguinte, as empresas que podem anunciar e publicitar nesses jornais, tamb�m s�o menos. Da� que, para poderem sobreviver, a �nica forma que os seus directores encontraram, s�o os subs�dios de entidades locais, como sejam as c�maras municipais. Por conseguinte, quase que como por obriga��o, em nome desse subs�dio que lhes permite imprimir mais umas edi��es, relegam-se os verdadeiros problemas de uma regi�o para segundo plano, por forma a n�o se entrar em choque com o poder local.
S�o muitos os exemplos de directores processados, de jornais condenados a pagar indemniza��es, dada a publica��o desta ou daquela hist�ria que envolveu um qualquer vereador, um qualquer presidente de c�mara, de junta de freguesia ou um qualquer empres�rio local.
Todos sabemos que os crit�rios por que o jornalista se rege (ou se deveria reger), n�o mais s�o tidos em conta. Seriedade, isen��o, rigor, credibilidade, e bom nome, s�o conceitos que, para se vender esta ou aquela hist�ria, deixam-se para tr�s. N�o � que, n�s jornalistas, os n�o tenhamos; temos � um director ou um editor que assim o exige. Como refere J. A. Pereira, �ofender, n�o � apan�gio dos bons jornalistas regionais�. Retiro, a esta frase, a �ltima palavra: ofender, n�o � apan�gio dos bons jornalistas. Por vezes, o que acontece � que, em nome da sobreviv�ncia de um jornal regional (e nacional, tamb�m), se lancem tiros no escuro para, dessa forma, se vender mais do que o que se vende.
Por outro lado, o copy e o paste de portais de not�cias para serem publicados nos jornais regionais � uma constante. Muitos jornais regionais funcionam com meia d�zia de pessoas que, para al�m de redigirem os textos, fazem a pagina��o do jornal, angariam publicidade e ainda fazem a sua distribui��o.
De igual forma questiono:
Ser� que a imprensa regional tem o seu futuro assegurado? Ou ser� uma quest�o de tempo at� que, um a um, acabem por ter que fechar?
Para enviarem um mail para J. A. Pereira, o autor deste texto, basta clicar aqui.
terça-feira, janeiro 14, 2003
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