domingo, novembro 14, 2004

53 jornalistas intimados


Cinquenta e três jornalistas foram intimados a comparecer perante o Ministério Público, em virtude de "violação do segredo de instrução", no caso do escândalo pedófilo da Casa Pia, embora o processo só tenha início no próximo dia 25 de Novembro.
Segundo a organização Repórteres sem Fronteiras "é a primeira vez que se convoca um número tão grande de jornalistas desde o reinstauração da democracia em Portugal, em 1974. Na véspera da abertura do processo do caso da Casa Pia, essa onda de intimações pode ser percebida como uma tentativa de intimidação e uma incitação à auto-censura".
Os jornalistas, que foram ou vão ser ouvidos pela justiça, trabalham para onze dos maiores meios de comunicação social, destacando-se o jornal diário Correio da Manhã, o canal de televisão SIC e a rádio nacional Antena 1. Vários deles pediram para serem ouvidos na qualidade de acusados e não de testemunhas, o que os autoriza a guardarem o segredo sobre as suas fontes de informação durante o decurso das investigações policiais. Se forem reconhecidos como culpados, incorrem numa pena que pode chegar até a dois anos de prisão.
De referir que o processo contra as sete pessoas acusadas por abusos sexuais de menores realizar-se-á à porta fechada. Cerca de cem testemunhas serão chamadas a depor e, entre os acusados, estão personalidades políticas.

sábado, novembro 13, 2004

"...um jornalismo
inofensivo e domesticado"


Manuel Pinto, docente da Universidade do Minho e Provedor do Leitor do Jornal de Notícias, em entrevista ao Notícias Lusófonas passa a pente fino o Jornalismo. Sem papas na língua, diz que nesta profissão «existe, cada vez mais, um fosso entre uma elite que sobrevive e encontra em qualquer caso o seu lugar ao sol e a maioria dos profissionais, em situação periclitante... ganhando mal e estando sujeita a inúmeras contingências e dependências». Manuel Pinto acrescenta que «as consequências deste processo de precarização podem ser, a prazo, catastróficas para o jornalismo». Ou seja «redacções sem memória e sem identidade» e que podem levar a «um jornalismo anódino, inofensivo, domesticado». Por outras palavras, «tudo menos jornalismo».

Ler o texto na íntegra.

domingo, novembro 07, 2004

Petição


Corre há já algum tempo a seguinte petição:
No ano passado, em poucos dias, mais de um milhar de pessoas subscreveu um abaixo-assinado que denunciava e (rejeitava) a intenção da Radiodifusão Portuguesa de:
"(...) matar o único programa de rádio que todas as semanas percorre uma terra de Língua Portuguesa. E que, em directo integral e ao vivo, viaja sons, músicas, sonhos, projectos, artes e sabores da Lusofonia. E que... é uma festa (num largo ou numa praça) sempre com muita gente à volta. E que... dá a palavra ao Portugal que habita fora dos grandes centros de decisão política e económica. E que... assume os valores das terras e das gentes, misturando canções da etnografia, com os acordes das bandas, os sons eruditos, o rock ou o jazz, as vozes dos corais, as palavras da poesia popular e os gestos das artes tradicionais..."

Veja as Assinaturas ou Assine esta Petição