1. Saber que a reportagem como actividade n�o existiu ou foi irrelevante em 200 dos 400 anos da hist�ria da Imprensa;
2. Entender que a reportagem � um g�nero jornal�stico privilegiado e que se afirma na actualidade como o lugar por excel�ncia da narra��o jornal�stica;
3. Como diz o Zuenir: �Que os outros n�o me queiram mal, ou n�o me atirem pedras, mas se todos desaparecessem e s� ficasse o rep�rter, o jornalismo continuaria vivo�;
4. Desculpar-se ao Vin�cius, aos editores e redactores, juntamente com o Cl�vis Rossi, mas n�o deixar de dizer que rep�rter � fundamental: Certamente a �nica fun��o pela qual vale a pena ser jornalista;
5. Lembrar que antigamente o bom profissional era aquele que sa�a para a rua com a caneta e um peda�o de papel e voltava com uma not�cia, uma hist�ria alegre ou triste que estivesse a acontece naquele momento;
6. Poder testemunhar a hist�ria de todos os tempos e de cada tempo em si;
7. Algo paradoxal, pois � ao mesmo tempo a mais f�cil e a mais dif�cil maneira de viver a vida;
8. Muito mais transpira��o do que inspira��o;
9. Gastar a vista lendo, lendo, lendo, de bulas de rem�dios aos cl�ssicos, no intuito de descobrir tantos quantos forem os factos relevantes, necess�rios a gerar boas pautas, ou informa��es m�nimas que sirvam como ponto de partida para se buscar boas reportagens, geralmente calcadas em longas jornadas;
10. Ter como refer�ncia na forma��o, os textos de bons rep�rteres: Capote, Talese, Mailer, Reed, Walsh, Defoe, Hemingway, Abramo, Biondi, Kotscho, Braga, Silveira, Euclides da Cunha, e n�o tantos outros;
11. Entender que as suas fun��es variam diante das situa��es hist�ricas, econ�micas, sociais e pol�ticas;
12. Segundo Nilson Laje: �Processar dados com autonomia, habilidade e reactividade, uma compet�ncia humana que pode ser aprimorada pela educa��o e pelo exerc�cio�;
13. Compreender que a reportagem � sempre uma ac��o transitiva e que, como sujeito, � preciso ao profissional manter contacto imediato com todos os sentidos: o olhar, paladar, olfacto, tacto e a audi��o de quem n�o pode ver, gostar, cheirar, tocar e ouvir o acontecimento;
14. N�o ser �rec�rter�, que segundo Lic�nio Neto � aquele sujeito pouco criativo que imita estilos de outros;
15. Ter persist�ncia, curiosidade, tenacidade e interesse pelo que faz � e uma grande aptid�o para se envolver com pessoas de todos os n�veis e feito os mais diversos poss�veis � de crimes hediondos aos buracos de ruas;
16. Segundo Ac�cio Ramos: �aquele que pergunta�;
17. Saber que perguntar n�o � uma tarefa f�cil. E que se a pergunta n�o for bem formulada pode ofender;
18. Fugir de perguntas cretinas como lembra Nello Marques: �Voc� est� optimista?� (diante de qualquer disputa); �Qual a sua maior esperan�a?� (para a m�o que procura um filho desaparecido); �O que mudou na sua vida?� (depois de ganhar algum pr�mio ou depois de um grave acidente);
19. Lidar com os mais variados tipos de entrevistados;
20. Perceber que existem alguns tipos que precisam ser evitados: o �crica�, o distra�do, o empolado, o partid�rio, o sabe nada, o sabe tudo e por a� vai;
21. Ser capaz de organizar dados num tempo reduzido e apresent�-los para que o maior n�mero de pessoas possa entend�-los;
22. Segundo Marcos Faerman: �Ter alma de rep�rter, alimentando-se do esp�rito de aventura, fasc�nio pela descoberta e pela hist�ria ainda n�o contada�;
23. Posicionar-se contrariamente aos macaquinhos chineses: ver, ouvir e contar � com enorme compet�ncia;
24. Segundo Aud�lio Dantas: �Ter uma certa dose de megalomania, na medida suficiente para acreditar na sua capacidade de mudar o mundo�;
25. Assumir-se como a figura humana mais caracter�stica do Jornalismo;
26. Segundo Cl�vis Rossi: �Batalhar pela conquista das mentes e cora��es dos seus alvos, leitores, telespectadores ou ouvintes para a causa da justi�a social, ingrediente que jamais pode ser dissociado da democracia�;
27. Deslocar-se de um universo testemunhal � denota��o contemplativa � para um universo instrumental � denota��o operacional, com intensa desenvoltura;
28. Seguir os ensinamentos de Juarez Bahia: apurar e redigir com correc��o, veracidade, exactid�o e credibilidade;
29. Entender que uma boa reportagem � fruto de uma observa��o cuidadosa, como orienta Cl�udio Abramo;
30. Ter clareza de que o mais importante � a not�cia, n�o o jornalista;
31. Assumir que o rigor no apuramento dos factos � determinante para a qualidade de qualquer trabalho jornal�stico;
32. Trabalhar em equipa;
33. Observar o conselho de Her�doto Barbeiro: �Ser criterioso com as mat�rias t�cnicas, pois o excesso de dados pode confundir o ouvinte ou telespectador que n�o vai ter a oportunidade de ouvir a reportagem novamente�;
34. N�o tratar com humor e humilha��o o sofrimento das pessoas;
35. N�o julgar os entrevistados nem querer mudar comportamentos;
36. Compreender que a fonte � imprescind�vel, mas a pr�tica do �fontismo� deve ser descartada;
37. Procurar a forma mais simples, mas n�o simpl�ria, de levar a informa��o ao p�blico;
38. Batalhar sempre pela verdade, embora muitas vezes n�o se saiba o que ela �, nem onde est�;
39. Balizar seus procedimentos di�rios pelo C�digo de �tica vigente;
40. Participar, organizar, reivindicar. Bradar sempre: Rep�rteres, Uni-vos!;
41. N�o deixar de ler as experi�ncias contidas no livro �Rep�rteres�, organizado por Aud�lio Dantas e publicado pela editora Senac;
42. N�o esquecer de comemorar o dia 16 de Fevereiro, apesar de todos os pesares. De prefer�ncia, �beber uns copos� no tasco mais pr�ximo;
43. Concordar com o Rossi em g�nero, n�mero e grau, diante da resposta para a seguinte indaga��o: Rep�rteres s�o ou n�o seres idiotas? S�o, mas �s vezes conseguem at� ser felizes na sua estranha maneira de viver a vida�.
Dica de
Eduardo Henrique Furlan, enviada para o grupo
Defesa do Jornalismo.
Algu�m acrescenta mais alguma defini��o?