terça-feira, abril 01, 2003

Marcelo Pimentel é Jornalista, mestre em Comunicação Social e professor das universidades Metodista de São Paulo e Taubaté. Foi repórter da Rádio Globo, Diário Popular, O Estado de S. Paulo e editor do jornal ValeParaibano.
No Letra Digital, publicou o seguinte artigo:

O Jornalismo no século 21

É um dos assuntos mais apaixonantes de estudiosos no presente momento. A indefinição quanto às novas tecnologias e sobre o papel do profissional gestor da informação leva a infindáveis discussões, todas elas ainda bastante embrionárias.
No início da década de 90, a Internet gerou um pavor de morte nos donos dos jornais. A ANJ (Associação Nacional dos Jornais) pensou que chegara a hora do juízo final para os jornais de papel. A crise avolumou-se na primeira metade da década, até que pesquisas comprovaram que a rede mundial de computadores passara a ser uma importante aliada dos jornais.
Hoje, o debate gira em torno das novas tecnologias. O que poderá surgir nos próximos anos gerando alterações no fazer jornalismo? Ninguém ainda sabe direito o que está por vir. O grande problema hoje é que a tecnologia que sempre foi o meio pelo qual o jornalismo garantia melhor difusão está passando a ser um fim em si mesmo. Mais importante que a qualidade editorial está o potencial tecnológico das empresas de mídia.
Já para o profissional, está surgindo um novo paradigma: ele deve muito mais dominar a tecnologia à disposição do que o seu papel intelectual no processo de construção da informação. Isso está levando a uma deformação nas características da profissão. A ética, a responsabilidade social e o compromisso com uma sociedade livre e democrática não podem ser subjugadas à visão tecnicista que se procura criar. Será preciso novos caminhos, em que a figura do profissional seja o imperativo máximo para a garantia da qualidade do jornalismo no século 21. O resto é o resto. Ou melhor: apertar botões.



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