terça-feira, dezembro 07, 2004

À procura de...


Como certamente já se aperceberam, este blogue tem vindo a ser muito pouco actualizado. Muita coisa tem acontecido neste País; a polémica em torno do jornalismo tem vindo a aumentar e poucas coisas aqui têm sido escritas.

O principal motivo prende-se com o trabalho. Estou envolvido em muitos projectos e os meus três trabalhos, dois ligados ao jornalismo, não me deixam muito espaço de manobra para pesquisar e actualizar este blogue.

Nesse sentido, e porque acredito que também já é tempo, venho abrir este espaço a quem queira, comigo, continuar este blogue. O tema é um e apenas um: "Para que servem, afinal, os jornalistas? Será que estamos no princípio do fim desse fenómeno chamado Jornalismo? Este weblog serve para isso mesmo: sabermos se a Internet e as novas tecnologias vão colocar um ponto final no jornalismo, ou se, pelo contrário, vai ser uma grande aliada..."

Assim, quem quiser colaborar comigo neste blogue, basta enviar-me um e-mail. Prometo responder a todos.

Até breve...

domingo, novembro 14, 2004

53 jornalistas intimados


Cinquenta e três jornalistas foram intimados a comparecer perante o Ministério Público, em virtude de "violação do segredo de instrução", no caso do escândalo pedófilo da Casa Pia, embora o processo só tenha início no próximo dia 25 de Novembro.
Segundo a organização Repórteres sem Fronteiras "é a primeira vez que se convoca um número tão grande de jornalistas desde o reinstauração da democracia em Portugal, em 1974. Na véspera da abertura do processo do caso da Casa Pia, essa onda de intimações pode ser percebida como uma tentativa de intimidação e uma incitação à auto-censura".
Os jornalistas, que foram ou vão ser ouvidos pela justiça, trabalham para onze dos maiores meios de comunicação social, destacando-se o jornal diário Correio da Manhã, o canal de televisão SIC e a rádio nacional Antena 1. Vários deles pediram para serem ouvidos na qualidade de acusados e não de testemunhas, o que os autoriza a guardarem o segredo sobre as suas fontes de informação durante o decurso das investigações policiais. Se forem reconhecidos como culpados, incorrem numa pena que pode chegar até a dois anos de prisão.
De referir que o processo contra as sete pessoas acusadas por abusos sexuais de menores realizar-se-á à porta fechada. Cerca de cem testemunhas serão chamadas a depor e, entre os acusados, estão personalidades políticas.

sábado, novembro 13, 2004

"...um jornalismo
inofensivo e domesticado"


Manuel Pinto, docente da Universidade do Minho e Provedor do Leitor do Jornal de Notícias, em entrevista ao Notícias Lusófonas passa a pente fino o Jornalismo. Sem papas na língua, diz que nesta profissão «existe, cada vez mais, um fosso entre uma elite que sobrevive e encontra em qualquer caso o seu lugar ao sol e a maioria dos profissionais, em situação periclitante... ganhando mal e estando sujeita a inúmeras contingências e dependências». Manuel Pinto acrescenta que «as consequências deste processo de precarização podem ser, a prazo, catastróficas para o jornalismo». Ou seja «redacções sem memória e sem identidade» e que podem levar a «um jornalismo anódino, inofensivo, domesticado». Por outras palavras, «tudo menos jornalismo».

Ler o texto na íntegra.

domingo, novembro 07, 2004

Petição


Corre há já algum tempo a seguinte petição:
No ano passado, em poucos dias, mais de um milhar de pessoas subscreveu um abaixo-assinado que denunciava e (rejeitava) a intenção da Radiodifusão Portuguesa de:
"(...) matar o único programa de rádio que todas as semanas percorre uma terra de Língua Portuguesa. E que, em directo integral e ao vivo, viaja sons, músicas, sonhos, projectos, artes e sabores da Lusofonia. E que... é uma festa (num largo ou numa praça) sempre com muita gente à volta. E que... dá a palavra ao Portugal que habita fora dos grandes centros de decisão política e económica. E que... assume os valores das terras e das gentes, misturando canções da etnografia, com os acordes das bandas, os sons eruditos, o rock ou o jazz, as vozes dos corais, as palavras da poesia popular e os gestos das artes tradicionais..."

Veja as Assinaturas ou Assine esta Petição

domingo, outubro 24, 2004

Piores condições de trabalho
no Jornalismo


"As novas tecnologias da informação e os novos meios multimédia vão levar a um aumento da procura de jornalistas e profissionais vinculados à área da comunicação social", revela um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O documento alerta, no entanto, que ao mesmo tempo as condições e a qualidade do trabalho poderão piorar.

O relatório, intitulado O Futuro do Trabalho e da Qualidade na Sociedade de Informação: o Setor dos Meios de Comunicação, a Cultura e as Indústrias Gráficas foi publicado em Genebra, durante uma reunião de representantes de governos, empresários e trabalhadores de cerca de 50 países convocada pela OIT para analisar a situação do sector. Na conclusão, o documento alerta para um tempo em que «vai haver cada vez mais trabalho precário, provisório, sem os mínimos benefícios de segurança social».

Dica de O Jornalista


Pergunto: será que Portugal ou algum português esteve presente nessa reunião? É que, o tempo em que haverá cada vez mais trabalho precário, já chegou a Portugal...

quinta-feira, setembro 30, 2004

Opinião


Como será o Jornalismo do Século XXI? E qual será, cada vez mais, o papel do Jornalista?

Este espaço está aberto, assim, a troca de ideias, opiniões e outros comentários.

segunda-feira, setembro 27, 2004

Jornalistas sob pressão


Interesses vários têm pressionado o trabalho de mais de 60 por cento dos 84 editores, chefes de redacção, coordenadores e directores de órgãos de comunicação social portugueses, questionados no âmbito de uma sondagem da empresa Central de Informação e do jornal “Meios & Publicidade”.

Dica de Sindicato dos Jornalistas

sexta-feira, setembro 17, 2004

Condenado por fraude


Aqui e aqui.
São dois textos publicados em jornais distintos mas a notícia é a mesma: Eduardo Costa, proprietário do jornal diário "O Primeiro de Janeiro", foi condenado pelo tribunal de Oliveira de Azeméis, a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa por um ano, pelo crime continuado de fraude na obtenção de subsídio.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Férias


O "Fim do Jornalismo?" vai de férias e regressa no dia 1 de Setembro.

Boas férias a todos(as)...

sábado, julho 31, 2004

Saramago questiona
Independência do Jornalismo


O escritor português José Saramago questionou ontem em Santander, Norte de Espanha, a independência do jornalismo. Segundo o Prémio Nobel da Literatura, nenhum trabalho é independente e não se pode falar de independência do jornalismo.

O autor de "Memorial do Convento" falava no âmbito do seminário "A imprensa, questionada. Uma análise da aventura informativa", organizado pela agência de notícias espanhola EFE e a Universidade Menéndez Pelayo.

Na sua conferência, intitulada "Informação, a quadratura do círculo", Saramago afirmou que é impossível a informação total e a objectividade, tanto no jornalismo como em qualquer actividade humana. "Acreditar que 'um facto é um facto' e que com isto se fecha a porta, que a subjectividade está excluída, é um erro, porque se a linguagem é um exemplo de subjectividade e só com a linguagem se pode explicar um facto, já está aí a subjectividade".

De igual forma opinou que a frase "uma imagem vale mais que mil palavras" não é correcta, pois que o acto de fotografar se faz de forma distinta segundo o ângulo e a luz. "A fotografia surge num quadrado e parece que o mundo termina ali, e o que se faz é subjectivar a imagem", explicou.

A informação, afirmou o antigo jornalista, é subjectiva na sua origem, na transmissão e na recepção. "A mesma mensagem terá tantos significados quantos sejam os seus receptores", disse.

José Saramago criticou também os "criadores de opinião" e questionou o direito que "tem um senhor ou uma senhora de acreditar que por escrever uma coluna temos de acreditar que é verdade o que diz".

O autor de "Jangada de pedra" referiu também a "relação de cumplicidade" entre os políticos e a imprensa. "Não se fala do cordão umbilical que une a imprensa às empresas. Nenhum jornal pode recusar publicidade, pelo que é certo que os jornais servem para vender clientes aos anunciantes, sejam os anúncios grandes ou pequenos".

Relativamente à independência dos jornalistas, o Nobel português afirmou que, na realidade, há que falar da "infelicidade dos profissionais" estarem conscientes que estão a ser utilizados. "Entre o chefe e o patrão, o jornalista gasta a melhor parte da sua vida em saber se está a dar a informação que quer o 'guia'". "É como um camaleão que tem de disfarçar o que pensa pela cor do meio onde trabalha. Na realidade gostaria de não ter opinião para que fosse menos doloroso mudar as suas ideias pelas dos outros", prosseguiu Saramago.

Sobre a televisão afirmou que "se alimenta de consciências" e considerou a contínua repetição que faz da imagens "acaba com a emoção".

Fonte: Público

Alguém quer comentar?

terça-feira, julho 27, 2004

"Jornaleirismo"


Entrevista de José Rodrigues dos Santos, na edição de ontem do JN, comentada e/ou criticada por Nuno Santos no Nónio.

Outras opiniões, aceitam-se.

segunda-feira, julho 26, 2004

Como triunfar
no Jornalismo pós-moderno


Por Marko Ajdaric

1) Qualquer notícia é qualquer notícia.

2) Os factos não têm história.

3) O quê é mais importante do que o por que.

4) Não se ligue em essências. A aparência é o que vale.

5) Não há versões, nem análises. Só os mesmos factos de sempre.

6) Mentir não é um problema. Desde que seja a mentira da moda.

7) Não deixe as pessoas descobrirem o que você não possa dominar.

8) Fale sempre dos mesmos assuntos.

9) Elogie sempre o que já está em evidência.

10) Fale mal de alguém na página 2 e de outro na página 4 e venda o seu jornal para ambos.

11) Nunca trate nada com profundidade. Assim, quando você descartar um assunto, ninguém vai perceber.

12) Nunca mostre a essência de um governo. Siga o factóide do dia.

13) Ponha bastante expressões estrangeiras. Assim, vão acreditar que você é entendido.

14) Não mostre outras fontes. Não corra o risco de fugirem da sua verdade.

15) Caso você tenha opinião, não deixe que percebam.

16) Se a notícia não agrada ao seu anunciante - ou ao dono do grupo que controla o jornal onde trabalha -, você não a viu.

17) Não existem outras versões de um facto além da nossa.

18) Se o citado é um ícone nosso, destaque-o no título (Ex: 'O New York Times'), senão, omita-o '(Ex: 'jornal').

19) Não importa o que aconteça na economia real: a manchete sempre tem que ser sobre bolsas de valores.

20) Não estude. Basta seguir esta cartilha.

Alguém quer acrescentar mais algum ponto?

sexta-feira, julho 16, 2004

Cursos de Comunicação
muito teóricos


Os cursos de Ciências da Comunicação, que começaram a proliferar em Portugal nos anos 90, não são hoje tão bem vistos pelo mercado quanto se poderia pensar. Embora a visão de directores, chefes de redacção e jornalistas não seja forçosamente negativa, há aspectos do curso que todos os anos manda para o mercado centenas de licenciados que poderiam ser melhorados.

É esta a visão de um estudo publicado no último número da revista Media XXI, ao inquirir a opinião de responsáveis do sector sobre a qualidade das licenciaturas e se estas se enquadram nas necessidades do mercado de trabalho.

Os cursos de comunicação são considerados muito teóricos (segundo 58% dos inquiridos) e não vão ao encontro das necessidades do mercado (51%). Metade das pessoas ouvidas pela Media XXI acha mesmo que a qualidade dos cursos é "inferior à dos outros países europeus". Curiosamente, uma esmagadora maioria defende (79%) que a entrada no mundo do jornalismo não deve estar só aberta a licenciados em Ciências da Comunicação, mas também de outras áreas.

A visão partilhada pelos entrevistados é a de que "as universidades oferecem licenciaturas a mais e qualidade a menos" (63%), os professores deveriam ter mais qualidade (56%), as escolas carecem de melhores infra-estruturas (61%) e apoio pedagógico (66%). E pensam que a procura destes cursos se deve à maior facilidade de acesso (55%) e porque os cursos de comunicação estão na moda (50%).

REACÇÕES. Martim Cabral, gestor da redacção e responsável pelos estagiários da SIC, concorda que os cursos são "muito teóricos". "Passam por mim dezenas de alunos que relatam as deficiências dos cursos", refere, e acrescenta que isso se reflecte no seu desempenho. É de opinião que os alunos não fazem filmagens e montagens suficientes, o que é "inaceitável para quem chega à televisão". Para Martim Cabral, "o jornalismo não se aprende numa aula, aprende-se na rua".

"Há uma natureza prática limitada", diz Estrela Serrano, docente na Escola Superior de Comunicação Social, do Instituto Politécnico de Lisboa, sublinhando a importância de os professores serem jornalistas, o que nem sempre acontece. "As universidades não estão apetrechadas para simular situações reais", reconhece, mas pensa que esta realidade "está a evoluir no ensino politécnico".

"Não estranho que os profissionais não vejam a formação teórica como importante", mas "quem exerce esta profissão não pode dispensar a reflexão e a discussão teóricas sobre o jornalismo", contrapõe Estrela Serrano.

Dica de DN

Aceitam-se outras opiniões.

terça-feira, julho 13, 2004

Jornalismo na Universidade do Minho
entre os melhores


O Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES) tornou público o documento "Índice de sucesso escolar no Ensino Superior Público: Diplomados em 2002-2003", datado de 25 de Maio. Neste estudo, realizado pela Direcção de Serviços de Estatística e de Indicadores do OCES, procedeu-se à avaliação do sistema de ensino superior português, a partir da análise das taxas de insucesso relativas a diplomados em 2002-2003. Na investigação foram considerados todos os estabelecimentos de ensino superior público, dependentes do Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

De entre a informação disponibilizada destacamos aqui a referente ao campo do jornalismo e comunicação, permitindo-nos estabelecer índices de sucesso escolar nos Cursos de Comunicação Social do país, que transcrevemos.


Ensino Universitário:


86% - Comunicação Social (Univ. Minho)
85% - Ciências da Comunicação (ESE - U.Algarve)
81% - Ciências da Comunicação (U. Beira Interior)
74% - Comunicação Social (ISCSP-UTL)
66% - Novas Tecnologias da Comunicação (U. Aveiro)
51% - Ciências da Comunicação (U. Nova L.)
16% - Jornalismo (U. Coimbra)


Ensino Politécnico:


78% - Relações Humanas e Com. no Trabalho (ESE-IPLeiria)
77% - Jornalismo (Escola Sup.C. Social - IPL)
76% - Comunicação - C. Organizacional (ESE-IPCoimbra)
65% - Comunicação Empresarial (Escola Sup.C. Social - IPL)
65% - Jornalismo e Comunicação (IPPortalegre)
64% - Publicidade e Marketing (Escola Sup.C. Social - IPL)
62% - Tecnologia e Comunicação Audiovisual IPPorto)
61% - Comunicação Social (ESE-IPSetúbal)
59% - Comunicação Social (ESE - IPViseu)
54% - Comunicação Social (E.S.Tec -IPTomar)
41% - Comunicação - C. Social ((ESE-IPCoimbra)
29% - Comunicação - C. e Design Multimédia (ESE-IPCoimbra)
Supremo vai debater relação com
Comunicação Social


Juízes e jornalistas vão debater, esta semana, as relações entre a Justiça e a comunicação social, no primeiro seminário do género organizado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

O debate, que reunirá, amanhã e depois, em Lisboa, magistrados do Supremo e jornalistas da área da justiça, decorrerá em "off the record" para "permitir maior liberdade de expressão por parte de todos os participantes", realçou fonte do Supremo Tribunal de Justiça, citada pela agência Lusa.

A iniciativa, que será aberta pelo presidente do STJ, Aragão Seia, abre com um painel subordinado ao tema "A Estrutura Judicial e o Exercício da Função Jurisdicional", moderado por António José Teixeira, subdirector do JN.

O segundo painel, moderado pelo jornalista Eduardo Dâmaso, é dedicado ao tema "A Jurisdição Penal", enquanto o terceiro e último painel, sobre "Acesso à Informação", é moderado pelo director da SIC/Notícias, Ricardo Costa.

Dica de JN

segunda-feira, junho 28, 2004

Falsos recibos verdes mal resolvidos no DN


Oito jornalistas do “Diário de Notícias”, que durante vários anos trabalharam para o jornal numa situação de falso recibo verde, foram agora confrontados pela Empresa Global Notícias com um contrato de trabalho que não respeita os seus direitos.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas

Digam de vossa justiça...

terça-feira, junho 15, 2004

Brasil quer injectar Mil Milhões de euros
na comunicação social


A crise das empresas de comunicação social do Brasil é a maior da história do sector. Em dois anos, segundo dados do Ministério do Trabalho, rádios, televisões, jornais, revistas e agências de notícias cortaram 17 mil empregos. A receita líquida do sector tem caído em média 20 por cento ao ano. Da crise não escapa nem a gigante Globopar, a "holding" das Organizações Globo (Rede Globo, jornal "O Globo", uma série de revistas e dezenas de emissoras de rádio espalhadas pelo país"), que sofreu 60 por cento deste rombo.

A proposta de ajuda financeira do Governo brasileiro às empresas de comunicação social, que têm um endividamento estimado em dez mil milhões de reais (2,65 mil milhões de euros), deve sofrer alterações no Senado. As duas linhas de financiamento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), uma empresa pública vinculada ao Governo, somam quatro mil milhões de reais (1,06 mil milhões de euros).

Fonte: Público

Obs.: Para quando um maior apoio à comunicação social portuguesa? É que, tirando os parcos incentivos do Instituto da Comunicação Social, pouco mais há.

quarta-feira, junho 09, 2004

Crise no jornalismo:
falta envolvimento


Por Luciana Oncken, Jornalista brasileira


Não é novidade para ninguém que o jornalismo está em crise. Mas muito se fala sobre a crise financeira que atinge as empresas do setor e pouco sobre a crise da forma, pouco se discute sobre a crise do texto, a crise do método. O jornalista está mais preocupado em discutir se precisa ou não do diploma para exercer a profissão sem se aprofundar sobre a sua formação. Antes de tudo, é preciso alma, paixão para exercer bem qualquer atividade. E quando se tem isso, a busca pelo conhecimento é uma conseqüência.

A crise do jornalismo é mais profunda: regras exageradas, textos burocráticos, matérias superficiais. Mas um dos problemas que tem me incomodado muito é a forma como se faz jornalismo hoje. A falta de entusiasmo, de envolvimento. O profissional se acomoda porque hoje é possível fazer tudo sem colocar os pés para fora da redação, às vezes nem é preciso ir até ela. Faz-se tudo de casa mesmo. Fax, telefone, Internet. O jovem jornalista tem dificuldade em se imaginar na profissão sem todo esse aparato.

Ele recebe, por exemplo, a incumbência de escrever sobre o dia-a-dia de um médico que trabalha no resgate e atende vítimas de acidente de trânsito. Mas quem disse que levanta o bumbum da cadeira? Não. Fotógrafo e repórter trabalham separados. O fotógrafo não tem como escapar. Lá vai ele, solitário, acompanhar a ambulância. Para o repórter, o telefone entra em ação.

Pergunta ao médico como é seu dia-a-dia, como é a ambulância, quais são suas reações, como ele age, etc. E coloca na matéria que é assim, assim e tal.
Você já imaginou quantas coisas ele perde? E as impressões? Não registra o que é, registra o que dizem ser. E o compromisso com a verdade, como é que fica?

Não estamos falando de um caso fictício. Isso acontece nas redações de hoje. Nem de jornalismo de noticiário, onde toda essa tecnologia é muito bem vinda. Há casos de grandes reportagens feitas por telefone. Do jornalista que não vai mais às ruas. Pode parecer dramático, radical, mas isso influencia o resultado do trabalho. Algumas matérias exigem a presença do jornalista. Caso contrário, não se trata de jornalismo.

Alguns dirão que o deadline é o verdadeiro vilão da história. Outros, que é a crise financeira. Há os que colocarão a culpa na própria tecnologia, ou nos patrões. Será o diploma? A falta dele? A sua exigência?

Pode ser tudo isso e um pouco mais: preguiça, falta de compreensão sobre o fazer do jornalismo, a banalização, o número exagerado de escolas que enganam jovens dizendo ensinar a profissão, falta de paixão, de alma, de conhecimento, de sentimento. Como diz meu amigo Sergio Vilas Boas: “quem não
vê a realidade com os próprios olhos, não a sente e, se não a sente, não se envolve”.

Fonte: Defesa do Jornalismo

Aceitam-se outras opiniões...

quinta-feira, junho 03, 2004

Jornalistas do Jornal de Notícias
à beira de um ataque de nervos


É cada vez mais pesado o ambiente que se vive nas duas principais redacções, mas sobretudo na do Porto.

Na mesma altura (27 de Maio) em que um documento crítico sobre a política editorial do Jornal de Notícias (publicação que perdeu a liderança do mercado português para o Correio da Manhã), e já subscrito por mais de 20 jornalistas, chegava às mãos de Henrique Granadeiro (Presidente Executivo da PT Lusomundo Média), Silva Peneda (Presidente do Conselho de Administração do JN), ao ministro Morais Sarmento e aos diferentes grupos parlamentares da Assembleia da República, os jornalistas aprovavam em plenário uma moção em que advertem a empresa Global Notícias "para os efeitos negativos, designadamente na qualidade do trabalho quotidiano", caso esta "persista na sua política de recuo e mesmo de desinvestimento no estímulo ao empenhamento e à dedicação dos jornalistas".

Fonte: Notícias Lusófonas

Alguém comenta???

quinta-feira, maio 27, 2004

Jornalista condenado


A decisão do Tribunal de Esposende de condenar um jornalista por violação de segredo de justiça, devido a ter publicado uma notícia sobre uma acusação do Ministério Público sem esperar que se esgotasse o prazo para os arguidos requererem a abertura da instrução do processo é considerada negativa por Ricardo Chega, presidente da Justiça em Movimento-Associação de Jornalismo Judiciário, que se pronunciou a título pessoal, por a associação não ter tomado posição.

Fonte: Público

Se a moda pega...
Contra "patrões impiedosos e sem princípios"


A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelou ontem, dia de abertura do seu 25º Congresso Mundial, a uma solidariedade global entre jornalistas, de maneira a desafiar o poder de uma classe de patrões "impiedosos e sem princípios" que domina a paisagem mediática.

Frisando que o jornalismo está a atravessar uma importante fase de transição e mudança, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, afirmou a urgência dos sindicatos se ajustarem a novas formas de trabalho e criarem laços de solidariedade, pois "esta é a única forma de derrotar os patrões impiedosos e sem princípios que perderam todo o sentido de decência e respeito pela missão do jornalismo".

Fonte: Sindicato dos Jornalistas


Obs: Qualquer semelhança com o que se passa aqui, é pura coincidência.

quarta-feira, maio 26, 2004

Contrato Colectivo da Imprensa
Não Diária em vigor


O novo Contrato Colectivo de Trabalho para a Imprensa Não Diária foi publicado no Boletim do Trabalho e Emprego n.º 17, de 8 de Maio de 2004, estando, portanto, em vigor. Contudo, as tabelas salariais produzem efeitos desde o dia 1 de Outubro de 2003.
O novo CCT substitui e uniformiza o contrato de 1993 e as alterações de 94, 98, 99 e 2000. Entre as matérias acordadas, salienta-se o reforço de direitos e garantias dos jornalistas, especialmente no contexto de concentração de títulos.

Este novo CTT pode ser consultado aqui. Aceitam-se, contudo, outros comentários e opiniões.
II Congresso Luso-Brasileiro
de Estudos Jornalísticos


A Universidade Fernando Pessoa irá promover nos dias 17 e 18 de Março de 2005 o II Congresso Luso-Brasileiro de Estudos Jornalísticos / IV Congresso Luso-Galego de Estudos Jornalísticos.

Terá como tema central, "Jornalismo, Ciências e Saúde" e os seguintes subtemas: "Jornalismo, Medicina e Saúde: Que interacção?", Comunicação Social Médica: Oportunidades e Desafios para Médicos e Jornalistas".

Mais informações, através deste e-mail - Prof. Dr. Jorge Pedro Sousa.

Dica de O Jornalista

terça-feira, maio 25, 2004

FIJ em Atenas a debater
problemas do jornalismo


O Congresso da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que decorre de 25 a 30 de Maio, em Atenas, debaterá os problemas que afectam a actividade a nível mundial.

A poucos meses da Grécia acolher os Jogos Olímpicos de 2004, a relação entre os eventos desportivos e a sua cobertura mediática é um dos temas do congresso, que abordará, entre outros, os casos de corrupção no desporto e dos direitos de transmissão das provas, contando com intervenções de figuras do Comité Olímpico Internacional, de desportistas e jornalistas desportivos.

A necessidade de segurança para os repórteres de guerra, com especial enfoque no que sucede actualmente no Iraque, é outro dos temas em debate, que terá, entre os oradores, correspondentes de guerra e operadores de câmara, além de um membro da Cruz Vermelha.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas

quinta-feira, maio 20, 2004

Jornalistas pressionados
a respeitar segredo de justiça


As empresas jornalísticas vão exercer "uma pressão brutal" sobre os jornalistas caso as propostas do PS e do Governo destinadas a alterar a legislação sobre o segredo de Justiça venham a ser aprovadas, considerou ontem o ex-director adjunto do "Diário de Notícias", António Ribeiro Ferreira. Em sua opinião, essa pressão será maior por parte das empresas integradas em grupos económicos cotados em bolsa, na medida em que estarão mais preocupadas em evitar acções judiciais e pedidos de indemnização por violação do segredo de Justiça que sejam susceptíveis de afectar o seu valor accionista.

Fonte: Público

terça-feira, maio 18, 2004

Vector 21


Brevemente, os jornais de língua portuguesa estarão acessíveis através da Internet.

De acordo com o administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, os jornais oficiais dos países de língua portuguesa, incluindo o Diário da República, deverão passar a estar acessíveis a partir de um portal, cuja proposta de criação deverá estar para breve.

O objectivo da criação deste portal é aproveitar as potencialidades das novas ferramentas das tecnologias de comunicação e informação para difundir os conteúdos dos jornais oficiais de língua portuguesa.

Dica de O Jornalista

quarta-feira, maio 12, 2004

Queixa Arquivada

Queixa Arquivada


O Minist�rio P�blico do Tribunal de Almada arquivou a queixa que dois elementos da Pol�cia Judici�ria de Set�bal apresentaram contra a directora do jornal "O Independente" e o jornalista Manso Preto por alegada difama��o, disse ontem fonte judicial citada pela Lusa.

Em causa estava a manchete da edi��o de 8 de Novembro de 2002 daquele seman�rio intitulada "Judici�ria protege traficantes" e que, no interior, continha uma entrevista de Manso Preto com o pescador F�lix Rolo.

Fonte: P�blico.


Pergunto: ser� que o processo de difama��o, do qual seremos alvo, a prop�sito deste blog, ter� o mesmo destino. Eu, por mim, vou em frente at� �s �ltimas consequ�ncias mas, at� agora, ainda ningu�m foi intimado pelo MP...

terça-feira, maio 04, 2004

Os dez piores pa�ses para os jornalistas

Os dez piores pa�ses
para os jornalistas


O Comit� para a Protec��o dos Jornalistas divulgou ontem a lista dos dez piores pa�ses para se ser Jornalista.

A classifica��o foi efectuada tendo em conta os territ�rios em que a liberdade de imprensa tem vindo a ser mais amea�ada e os jornalistas agredidos, encarcerados ou mesmo, mortos.

O Iraque surge, como � �vbio, no topo na lista, onde 25 jornalistas morreram desde Mar�o de 2003, data em que as tropas dos EUA entraram no pa�s. Segue-se Cuba, cuja segunda posi��o � atribu�da ao facto de os 29 jornalistas presos no ano passado, acusados de trai��o, terem sido condenados a longas penas de pris�o.

Em terceiro lugar encontra-se o Zimbabu�.
Os restantes pa�ses inclu�dos nesta lista, s�o o Turquemenist�o, Bangladesh, China, Eritreia, Haiti, Cisjord�nia e a Faixa de Gaza e, por �ltimo, a R�ssia.

Fonte: Comit� para a Protec��o dos Jornalistas

segunda-feira, maio 03, 2004

Barriga vazia

Jornalistas (sobre)vivem
com a barriga mais vazia


Hoje � o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e, por isso, o resultado � conhecido: produtores de conte�dos 1, Jornalistas 0

Sempre que assinalam uma data importante para a sua profiss�o, os jornalistas n�o esquecem aqueles que, de entre si, t�m tombado ou sofrido no cumprimento da sua miss�o profissional de escutar o pulsar do Mundo, de testemunhar o andamento ou os retrocessos da Hist�ria, de procurar compreender as tens�es e explicar os percursos e as evolu��es. Hoje, 3 de Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, os jornalistas evocam especialmente os seus companheiros que arriscam a integridade f�sica em cen�rios de conflito e os que neles pereceram sem, dizemos n�s (santa ingenuidade!), perder de vista os que todos dias n�o sabem se devem ser livres de barriga vazia ou amorda�ados com ela cheia...

Para ler na �ntegra este texto, basta clicar aqui.

A prop�sito de Liberdade de Imprensa, ou Liberdade de Express�o, n�o percam os mais recentes desenvolvimentos do Di�rio de um Jornalista.

Liberdade de Imprensa

3 de Maio, Dia da Liberdade de Imprensa. A prop�sito, o Sindicato dos Jornalistas reafirma o seu empenho na luta por �melhores condi��es de trabalho para os jornalistas e de respeito pelos seus direitos e garantias, como condi��o essencial para o exerc�cio livre da profiss�o�.

Como eu gostava de acreditar...

quarta-feira, abril 28, 2004

Jornalistas despedidos

Jornalistas despedidos por escreverem num blogue


Ainda aqui n�o tinha colocado nenhum texto a prop�sito do facto de tr�s jornalistas do jornal "O Primeiro de Janeiro" terem sido despedidos por escreverem o "Di�rio de um Jornalista". O principal motivo dessa minha op��o, deve-se �nica e exclusivamente, ao facto de eu ter sido um dos visados.
Contudo, aqui ficam algumas refer�ncias a in�meros blogues, sites e jornais que, � sua maneira, se t�m manifestado um pouco por toda a blogosfera.




Muitos mais existem; n�o os consigo � identificar a todos. Contudo, aqui ser�o acrescentados, � medida que os for descobrindo.

Por �ltimo, queria deixar aqui, tamb�m, uma palavra de agradecimento a todos aqueles e-mails e coment�rios que nos t�m chegado. Cabe ao p�blico e � justi�a (onde � que ela anda...) tirar as suas ila��es e avaliar quem tem, no fundo, raz�o.
Uma vez mais, obrigado a todos...

quinta-feira, abril 22, 2004

Coes�

Investigadores de Comunica��o defendem coes�o entre pa�ses Lus�fonos e Ib�ricos


A import�ncia de uma maior coes�o entre os pa�ses lus�fonos e ib�ricos no campo da investiga��o em ci�ncias da comunica��o e a necessidade de uma crescente internacionaliza��o foi ontem destacada por v�rios intervenientes no arranque do III congresso da SOPCOM -Associa��o Portuguesa de Ci�ncias da Comunica��o), o VI Lusocom (Federa��o das associa��es lus�fonas de ci�ncias da comunica��o) e II Congresso Ib�rico de Ci�ncias da Comunica��o, que este ano decorrem em simult�neo na Universidade da Beira Interior, na Covilh�.

Dica de P�blico

quarta-feira, abril 21, 2004

Parlamento Europeu

Parlamento Europeu debate riscos para a Liberdade de Express�o e Informa��o


O Parlamento Europeu agendou para ontem � tarde o debate de uma proposta de resolu��o sobre liberdade de express�o e de informa��o na Uni�o onde se defende que "a posi��o dominante de uma empresa do sector dos meios de comunica��o social no mercado de um Estado-membro deve ser considerada como um entrave ao pluralismo dos meios de comunica��o social na Uni�o Europeia" e que, "ao n�vel europeu, conviria adoptar uma legisla��o que vise proibir que personalidade pol�ticas ou candidatos detenham interesses econ�micos importantes nos meios de comunica��o social".

Dica de P�blico

sexta-feira, abril 16, 2004

Who can repair journalism's image?

Who can repair journalism's image?


Randy Dotinga, correspondente do "The Christian Science Monitor", responde aqui

Dica de Ponto M�dia

quinta-feira, abril 15, 2004

Manual para lidar com Jornalistas

Manual para lidar com Jornalistas


A obra "Ex�rcito e Imprensa", que � hoje lan�ada em Lisboa, tem por miss�o explicar como � que os oficiais do Ex�rcito se relacionam com a imprensa escrita e como � que lidam com as limita��es impostas � comunica��o pela Lei da Defesa Nacional. Numa altura em que se sucedem as obras onde jornalistas analisam as opera��es militares em curso no mundo, os autores, Miguel Machado e S�nia Carvalho, fazem uso da sua anterior experi�ncia no servi�o de rela��es p�blicas do Ex�rcito para reflectirem sobre se pode ou n�o a institui��o militar ser pr�-activa na comunica��o, e se deve ou n�o atender a urg�ncia dos jornalistas, sob pena de vir a ser acusada de "secretismo".

No livro, publicam-se as conclus�es de um inqu�rito a jornalistas e, em anexo, informa��es �teis para o leitor menos habituado a estes meios, como o C�digo Deontol�gico dos Jornalistas e as linhas de orienta��o para a comunica��o dos militares com jornalistas.

"O Ex�rcito e a Imprensa", editado pela Pref�cio, � hoje apresentado publicamente no edif�cio da R�dio Renascen�a, na Rua Ivens em Lisboa. Tem 132 p�ginas e � posto � venda por 16 euros.

Dica de P�blico

segunda-feira, abril 05, 2004

Di�rio de um jornalista

Di�rio de um Jornalista


Eis um blog que retrata o dia-a-dia da redac��o do jornal onde trabalho. At� agora, aderiram cinco jornalistas, eu inclu�do. S�o bem interessantes alguns dos posts...

Clicar aqui para aceder ao �nosso� di�rio.

sexta-feira, março 26, 2004

Informa��o desportiva

Virtudes e defeitos
da Informa��o Desportiva


O Instituto Nacional do Desporto (IDP) prop�e-se dissecar, numa confer�ncia internacional agendada para o pr�ximo m�s, em Lisboa, a not�cia desportiva e a sua correla��o com a sociedade, o idioma e a estat�stica.

O IDP e a IASI - International Association for Sports Information - v�o promover, nos pr�ximos dias 14 e 16 de Abril, osdebate �Os novos desafios da Informa��o Desportiva�. Acima de tudo, pretende-se que este debate, a decorrer na cidade de Lisboa, �seja um instrumento de promo��o e debate sobre temas estruturais da documenta��o e informa��o desportiva�.

No dia 14, Gretchen Ghent, respons�vel pela documenta��o desportiva na Alemanha e Alain Poncet, presidente da Comiss�o da IASI, ser�o os oradores de honra, sendo que este �ltimo far� incidir a sua ora��o nas redes de informa��o desportiva. No segundo dia, Bruno Rossi Mori ir� mencionar quest�es estat�sticas, enquanto Jill Haynes ir� falar sobre publica��es no desporto. No �ltimo dia, o ponto alto ser� o f�rum designado �Poder e Informa��o�, com um painel ainda por definir.

Jos� Eduardo Cordovil, presidente do IDP salienta que este f�rum tem �v�rias vertentes de an�lise, da utiliza��o da documenta��o � linguagem, passando pelo impacto da organiza��o social e das rela��es de poder�. O intuito, acrescentou, �� proporcionar, a todos os que se dedicam profissionalmente ou n�o � problem�tica da informa��o na �rea do desporto, a oportunidade de colocarem quest�es sobre os mais variados aspectos�.

O IDP considera, no entanto, a promo��o da l�ngua portuguesa uma mat�ria essencial e, desse modo, vai tamb�m este ser um tema abordado. Tratando-se de uma confer�ncia internacional, Jos� Eduardo Cordovil salienta que �� obrigat�rio estabelecer pontos de contacto no �mbito da terminologia das outras l�nguas envolvidas�.

quarta-feira, março 24, 2004

Ciberjornalismo

Ciberjornalismo na
Universidade do Minho


O Departamento de Ci�ncias da Comunica��o da Universidade do Minho organiza, na pr�xima sexta-feira, �s 14 horas, uma confer�ncia proferida pelo Prof. Xos� L�pez, da Universidade de Santiago de Compostela, subordinada ao tema "Os desafios do ciberjornalismo".

O Prof. Doutor Xos� L�pez Garc�a � decano da Faculdade de Ci�ncias da Comunica��o da Universidade de Santiago de Compostela desde 1997. Actualmente dirige o Observat�rio de Comunica��o Local e o Observat�rio de Jornalismo.

Clicar aqui para mais informa��es.

quarta-feira, março 17, 2004

Princ�pios fundamentais

Princ�pios fundamentais
em defesa da liberdade de imprensa


O Sindicato dos Jornalistas (SJ), em documento entregue na Assembleia da Rep�blica, defende altera��es das leis penais no sentido de clarificar o �mbito do segredo de justi�a; de consagrar a audi��o do Conselho Deontol�gico pelos tribunais sempre que estejam em causa regras e pr�ticas profissionais; de garantir a protec��o do sigilo profissional em todas as circunst�ncias; e de corresponsabilizar as empresas jornal�sticas pelo trabalhos dos profissionais ao seu servi�o.

No parecer apresentado na audi��o na Comiss�o de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da Rep�blica, em 16 de Mar�o, o SJ reafirma a sua convic��o de que as �limita��es e restri��es � liberdade de imprensa s�o j� suficientes, pelo que n�o dever�o ser alargadas�, antes importando �conformar a pr�tica com as disposi��es legais� existentes.

O que justifica a altera��o, segundo o SJ, � o enquadramento jur�dico respeitante ao segredo de justi�a, designadamente atrav�s da �clara exclus�o da ilicitude na revela��o de mat�ria em segredo de justi�a � actos processuais e documentos inclu�dos � quando se trate comprovadamente de den�ncia de irregularidades e/ou atentados a direitos fundamentais�. Esta medida, como o SJ sublinha, n�o exclui obviamente a �responsabiliza��o penal do jornalista, caso a pretendida den�ncia venha a revelar-se cal�nia infundada e infamante�.

Para ler o texto, na �ntegra, do documento do SJ, clicar aqui.

Entretanto, a presidente da Comiss�o Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Assun��o Esteves, disse-se �surpreendida pela positiva com a profundidade das propostas� apresentadas.

Jornalismo: menos apura��o, mais distribui��

Jornalismo:
menos apura��o, mais distribui��o


Um estudo realizado pelo Project for Excellence in Journalism, da Universidade de Columbia, detectou as principais tend�ncias do jornalismo americano. O diagn�stico aponta, entre outros itens, o decl�nio constante da audi�ncia dedicada a not�cias em quase todos os meios, com excep��o da Internet e dos media alternativos e "�tnicas". Indica que a maior parte dos
investimentos em jornalismo est� a ser feita na distribui��o e n�o na apura��o. Aponta cortes que est�o a ocorrer nas redac��es, n�o apenas no n�mero de profissionais, mas tamb�m no tempo reservado para apurar e transmitir as not�cias. Detecta tend�ncia crescente por parte dos ve�culos, especialmente canais de not�cias 24 horas e Internet, de apresentar a not�cia bruta como produto final, �s vezes sem s�ntese e sem organiza��o das informa��es.

A an�lise v� ainda tend�ncia � co-exist�ncia de diferentes padr�es jornal�sticos dentro de uma mesma empresa jornal�stica, com as varia��es ocorrendo em fun��o da plataforma do conte�do ou, at� mesmo, de programa para programa. Sugere que essa tend�ncia dificulta a projec��o de uma identidade ou marca. Pode ainda refor�ar a percep��o por parte do p�blico, j� expressa em pesquisas, de que h� falta de profissionalismo no jornalismo ou de que os jornalistas actuam motivados por interesses financeiros ou engradecimento pessoal.

A pesquisa indica que a converg�ncia, outra das tend�ncias detectadas, est� a ser menos amea�adora aos jornalistas do que parecia h� alguns anos. Aponta que, neste momento, o jornalismo online caminha mais na direc��o da converg�ncia com os meios antigos do que no sentido de substitui-los. Relaciona, no entanto, como ponto importante, a quest�o econ�mica e n�o a tecnologia. Embora os media online representem oportunidade e n�o canibaliza��o, ser� capaz de fornecer bases financeiras s�lidas para o trabalho jornal�stico como fazem a TV e o jornal?

A �ltima tend�ncia analisada pelo estudo sugere que aqueles que manipulam os media e a opini�o p�blica, est�o a ganhar vantagem sobre o jornalismo. Esse movimento deve-se, em parte, � lei da oferta e da procura - com mais ve�culos a competir pela informa��o, tudo se transforma num mercado de venda de informa��o. Outra raz�o para essa tend�ncia � a carga de trabalho dos profissionais - as reportagens dos canais de not�cias 24 horas, por exemplo, sugerem que poucas fontes foram ouvidas. Este cen�rio incentiva o "jornalismo de tal�o de cheques" - que pode ser visto nos esfor�os dos canais de TV para conseguir entrevistas com Michael Jackson ou com a soldado Jessica Lynch.

Para ler o estudo na �ntegra, clique aqui.

Dica de Raphael Perret

segunda-feira, março 15, 2004

Interc�mbio

Interc�mbio com jornalista brasileiro


Foi enviada hoje uma mensagem para o grupo Jornalistas Brasil-Portugal, criado recentemente, no sentido de se efectuar um interc�mbio entre jornalistas portugueses e brasileiros.

A proposta passa por, um jornalista portugu�s trabalhar num jornal brasileiro, durante um ou dois meses e, em contrapartida, um jornalista brasileiro vir trabalhar para um jornal portugu�s.

Alan Caldas, editor dos jornais em quest�o (Jornal Dois Irm�os e Jornal Est�ncia Velha) adianta que existem condi��es de acomodar l� um jornalista, inclusive com moradia, por um m�s ou dois e, em contrapartida, fazer o mesmo aqui. De prefer�ncia, Alan Caldas prefere que seja um jornal "n�o muito grande", pois estes jornais brasileiros, embora di�rios, s�o de cidades pequenas.

Quem estiver interessado, � favor entrar em contacto comigo para este endere�o de e-mail

sexta-feira, março 12, 2004

Os media e a cobertura dos atentados terroristas

Os media e a cobertura dos atentados terroristas


Interessante, o texto de Juan Lu�s Cebrian intitulado "Terrorismo en El Pozo". Neste artigo, o autor aborda a quest�o do papel dos media na cobertura do terrorismo.

Para ler o texto na �ntegra (em Espanhol), clicar aqui

Dica de Jornalismo e Comunica��o

quinta-feira, março 11, 2004

Jornalistas mortos em 2003

Jornalistas mortos em 2003


Trinta e seis jornalistas foram mortos no exerc�cio da sua profiss�o em 2003, um ter�o dos quais no Iraque, segundo informa o relat�rio anual do Comit� para a Protec��o dos Jornalistas (CPJ), sedeado em Nova Iorque. No documento, a organiza��o real�a que, quatro dos 13 profissionais mortos no Iraque foram v�timas de disparos efectuados por tropas norte-americanas, por ocasi�o do ataque ao Hotel Palestina em Bagdad, a 8 de Abril.

O balan�o do CPJ � negativo em rela��o ao ano anterior. Em 2002, tinham falecido 19 jornalistas em servi�o. O in�cio do conflito armado no Iraque, em 2003, veio agravar os riscos para os profissionais da Comunica��o Social, mas estes n�o ficaram circunscritos aos palcos de guerra, sentindo-se com especial incid�ncia nas Filipinas, onde se contabilizaram cinco jornalistas assassinados depois de terem desvendado ou criticado casos de corrup��o no seu pa�s, e tamb�m na Col�mbia, com quatro profissionais mortos. Na R�ssia, o chefe de redac��o de um jornal "inc�modo" foi apunhalado ao p� da sua pr�pria casa. Tamb�m no Ir�o, o CPJ relata a morte de uma fotojornalista de origem irano-canadiana, Zahra Kazemi, depois de ter sido presa quando fotografava a pris�o de Teer�o.

O relat�rio do CPJ recorda ainda que, a 31 de Dezembro de 2003 estavam detidos 136 jornalistas no mundo inteiro, com o recorde a ir para a China, onde estavam detidos 39 profissionais da imprensa, seguida por Cuba, com um total de 29 jornalistas condenados a penas de pris�o entre os 14 e os 27 anos, em consequ�ncia da onda de repress�o sobre os dissidentes e a imprensa independente logo no in�cio do ano.

Alguns dados
Entre os 346 profissionais mortos na �ltima d�cada, 51 eram "cameramen", fotojornalistas ou operadores de som e 53 eram rep�rteres de r�dio (17 dos quais de um s� Pa�s, a Col�mbia). Desse total, onze eram de nacionalidade norte-americana.

Os anos mais mort�feros para o jornalismo foram 1994, com 66 profissionais assassinados, 1995 com 51, 2001 com 37 (dos quais 8 no Afeganist�o) e 2003, com 36.

Os pa�ses onde mais jornalistas morreram foram a Arg�lia (51), a R�ssia (30) e a Col�mbia (31).


Dica de P�blico

terça-feira, março 09, 2004

Jornalistas mulheres

39,1 por cento dos Jornalistas portugueses s�o mulheres


As mulheres jornalistas portuguesas com carteiras profissionais v�lidas s�o actualmente 2.783, num total de 7.117 profissionais do sector, o que significa que representam 39,1 por cento do total, segundo dados da Comiss�o da Carteira Profissional de Jornalista.

Em menos de 20 anos, o n�mero de mulheres aumentou cerca de 20 por cento. De acordo com os dados da comiss�o da carteira, em 1987 as mulheres eram apenas 254 (19,8 por cento), num total de 1.281 jornalistas, mas dez anos depois (1997) j� representavam 32,8 por cento do total (1.394 mulheres em 4.247 jornalistas).

Este crescimento tem vindo sempre a ser acentuado: as 254 jornalistas existentes em 1987 passaram a 602 em 1990 (25,4 por cento do total), subindo depois para 1.126 em 1994 (29,2 por cento do total) e para 1.394 em 1997 (32,8 por cento do total).

Apesar de o peso de homens continuar a ser superior ao das mulheres, tem vindo a baixar desde 1987. Em 1997 os homens representavam 80,2 por cento dos jornalistas, em 1990 representavam 74,6 por cento, em 1994 eram 70,8 por cento. Em 1997 havia 67,2 por cento de homens jornalistas e actualmente 60,9 por cento do total de profissionais do sector s�o do sexo masculino.

Dica de P�blico

At� no jornal onde eu trabalho se pode constatar esta realidade; e logo pelo �elo mais forte�: temos uma directora e n�o um director e, dos tr�s editores, duas s�o mulheres. Dos 16 jornalistas que comp�em a redac��o onde trabalho, nove s�o mulheres�

quinta-feira, março 04, 2004

Ordem dos Jornalistas

Ordem dos Jornalistas


O ex-director do "Di�rio de Not�cias", M�rio Bettencourt Resendes, defendeu em Macau a necessidade de serem criados mecanismos que garantam a credibilidade dos "media" e dos jornalistas, exemplificando com a Ordem dos Jornalistas.

No semin�rio "A imprensa portuguesa e Macau", organizado pelo Instituto Internacional de Macau, Bettencourt Resendes falou sobre "A batalha da credibilidade" e sublinhou que a "credibilidade dos 'media' hoje em dia � tamb�m a credibilidade de toda uma outra s�rie de actividades".

"Vivemos momentos de transi��o complexos nas nossas sociedades abertas e modernas e portanto � fundamental que n�s, jornalistas, saibamos arranjar filtros e crivos de credibilidade porque isso � fundamental at� para a pr�pria sustentabilidade a prazo do regime democr�tico, que � um bem precioso mas � uma flor muito sens�vel e tem de ser regada com muita regularidade", afirmou.

Por isso, o antigo director do "Di�rio de Not�cias" defende a cria��o de uma Ordem dos Jornalistas e a auto-regula��o como "a melhor forma de prevenir tenta��es castradoras por parte dos poderes pol�ticos".

"� fundamental que n�s jornalistas nos organizemos de forma que o poder de sancionar erros e distor��es da nossa actividade seja exercido por n�s pr�prios de forma cred�vel, aceite por toda a classe", defendeu ao salientar ser essa a "forma mais segura" de evitar "a tenta��o legislativa castradora e restritiva".

Dica de P�blico

Pergunta: Ser� que os jornalistas querem uma Ordem que regulamente e "vigie" o seu trabalho???

Direitos de autor

Discuss�o dos direitos de autor dos jornalistas adiada


A discuss�o do projecto de lei do PS que regula a protec��o dos direitos de autor dos jornalistas (N� 50/IX), prevista na Subcomiss�o Parlamentar de Direitos Fundamentais e Comunica��o Social, foi adiada por mais um m�s. O deputado Campos Ferreira (PSD) solicitou mais tempo porque "quer ouvir novas entidades", ao que o deputado Arons de Carvalho (PS) retorquiu que "o diploma tem mais de um ano e j� houve tempo para ouvir quem quer que seja".

Encerrando uma quest�o que ficou resolvida em poucos minutos, o presidente da subcomiss�o (Hugo Velosa, do PSD) decidiu que eventuais propostas de altera��o "ter�o de dar entrada o mais tardar at� ao fim de Mar�o". O projecto de lei, aprovado por unanimidade na generalidade em Janeiro do ano passado, visa adaptar a legisla��o �s realidades recentes de concentra��o de meios de comunica��o em grupos empresariais e de difus�o de trabalhos jornal�sticos na Internet. "O que n�s pretendemos � a elencagem das cl�usulas contratuais proibidas", disse na altura Arons de Carvalho � Lusa.

No texto diz-se, nomeadamente, que "a lei aplica-se independentemente do suporte de publica��o" e que "s�o proibidas nos contratos, as cl�usulas que disponham sobre o conte�do dos direitos morais do autor".

Dica de P�blico

quarta-feira, março 03, 2004

Lugar de foca n�o � mais na Pol�cia, mas na Internet

Lugar de foca n�o � mais na Pol�cia, mas na Internet


Por Jo�o Carlos Firpe Penna, Jornalista e professor de Jornalismo

1985: Aprendi a ser jornalista ouvindo frases do tipo: "Lugar de foca � na (editoria de) Pol�cia"; "rep�rter que n�o passa por redac��o (da grande imprensa) n�o ser� nunca um jornalista completo"; "o bom rep�rter tem que ir para a rua cavar mat�ria".
1990: alguns anos depois de formado (e de ter ido trabalhar num jornal di�rio) eu fui professor de jornalismo recitando essa cartilha. Cheguei a dizer na sala, lembro-me, que todo jornalista precisava 'ter tinta na veia'.

1995: o Brasil come�a a entrar de vez para o maravilhoso mundo da Tecnologia da Informa��o, e o jornalismo vive, mesmo que involuntariamente, um processo r�pido - ainda que nebuloso - de busca de novas formas de express�o.

2000: a Internet torna-se uma realidade irrevers�vel na sociedade, assim como a TV por cabo, telem�veis, a informa��o em tempo real e os ambientes virtuais de comunica��o.

Hoje: o jornalismo vive uma fant�stica mudan�a de paradigmas, envolvendo todas essas fases descritas. Falta aos jornalistas, contudo, uma percep��o mais cristalina dessa transforma��o.

Ou seja, lugar de rep�rter n�o � mais necessariamente na pol�cia, nem mesmo necessariamente nas reda��es insalubres e muito menos necessariamente nos botequins da madrugada ap�s uma exaustiva jornada de trabalho.

Evidentemente que n�o se trata de desmerecer o trabalho dos profissionais que continuam a carregar a m�dia di�ria nas costas. Mas j� � poss�vel ser feliz sem passar necessariamente por tudo isso. N�o � preciso mais (se � que um dia foi) acompanhar a ronda da PM na noite para aprender a ser jornalista de verdade.

O jornalismo entra no S�culo XXI de peito aberto para um mundo muito mais ecl�tico e diversificado, menos preconceituoso, repleto de oportunidades, aberto para o desconhecido e para novas possibilidades. Enfim, um mundo onde � poss�vel ser mais alegre com a cria��o jornal�stica, em ambientes menos "emburrecedores" e mais produtivos.

S� para registar o �bvio, hoje o mercado j� pede rep�rter para trabalhar em revistas virtuais e para fazer coberturas online. E essas demandas j� corriqueiras s�o apenas a ponta do iceberg da montanha de possibilidades que est�o por vir.

Cabe a n�s, jornalistas (velhos, maduros, experientes, desiludidos, novos, estagi�rios, estudantes de in�cio de curso) partirmos em busca do novo e do desconhecido.

Para captar de verdade a for�a da express�o "mudan�a de paradigma'" � preciso, sem d�vida, um pouco de ousadia. Uma ousadia que deve vir atrelada � compet�ncia e ao profissionalismo.

Dica de Jornalistas da Web

Dom�nio de grupos econ�micos

Jornalista da RTP critica dom�nio de grupos econ�micos


A jornalista da RTP F�tima Campos Ferreira criticou ontem em Macau o dom�nio da comunica��o social pelos grandes grupos econ�micos. Os jornalistas s�o hoje uma �esp�cie de assalariados� dos grandes grupos econ�micos que dominam a comunica��o social, afirmou a tamb�m professora de jornalismo televisivo, ao intervir no semin�rio �Os media Portugueses e Macau�.

�� um equivoco dizer-se que os jornalistas s�o o quarto poder, eles t�m mesmo muito pouco poder�, sublinhou. Para F�tima Campos Ferreira, os jornalistas �est�o sujeitos a condi��es de trabalho nem sempre ideais e sobretudo existem muitos 'lobbies' de interesses de v�rios sectores - n�o s� econ�micos mas de outros como a justi�a - que hoje pressionam os meios de comunica��o atrav�s desses grupos econ�micos�.

O jornalista de hoje, disse, tem as suas condi��es de trabalho �muito fragilizadas� por via da grande concentra��o econ�mica dos �media� e de uma grande oferta de trabalho. �O jornalista luta contra todas estas quest�es mas � dif�cil fazer um jornalismo profissional, isento e objectivo sobretudo numa altura em que os pr�prios Conselhos de Redac��o tamb�m perdem terreno�.

Para F�tima Campos Ferreira tudo isto acontece numa �poca de �globaliza��o que � partida facilitaria mais a liberdade de express�o e a transmiss�o de ideias� mas �est� a ter um efeito contr�rio, ou seja, que a liberdade de express�o est� a ser coarctada por uma s�rie de fen�menos curiosos� como a concentra��o dos media.

Instada a comentar a corrida �s not�cias e o espect�culo medi�tico do processo Casa Pia, F�tima Campos Ferreira diz que o momento da divulga��o da not�cia pelo �Expresso� e pela SIC tem de ser elogiado mas depois a �voracidade de chegar � antena primeiro [com] a not�cia tem sido prejudicial para um jornalismo rigoroso�.

Na mesma sess�o falou tamb�m o director da revista �Vis�o�, Carlos C�ceres Monteiro, que abordou a tem�tica �A Europa e a �sia face ao novo papel dos Estados Unidos como pot�ncia imperial�.
Hoje os dois oradores de ontem juntam-se a M�rio Bettencourt Resendes, do grupo Lusomundo, para falarem sobre a imprensa portuguesa e Macau num debate moderado pelo director do jornal "Tribuna de Macau", Jos� Rocha Dinis.

Dica de P�blico

Que engra�ado� Lendo este texto d� a sensa��o que a F�tima Campos Ferreira j� trabalhou no jornal onde eu trabalho, tal a exactid�o das suas afirma��es.
E mais n�o digo. Quem quiser que diga o resto�

terça-feira, março 02, 2004

Os piores lugares do mundo

Os piores lugares do mundo


O Comit� para a Protec��o dos Jornalistas (CPJ, sigla em ingl�s) comemora o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, no dia 3 de Maio. Para esse efeito, nomeou os piores lugares do mundo para exercer o jornalismo. A lista de 10 lugares representa toda uma gama de amea�as actuais � liberdade de imprensa.

A encabe�ar a lista, aparece o Iraque. A brutal ofensiva lan�ada no ano passado, em Cuba, pelo governo de Fidel Castro levou 28 jornalistas ao c�rcere, onde cumprem longas penas de pris�o de at� 27 anos. Por esse motivo, Cuba aparece em segundo lugar. Ainda durante o ano passado, os jornalistas independentes do Vietname que se atreveram a criticar o governo do Partido Comunista na imprensa escrita ou na Internet, foram perseguidos, postos sob vigil�ncia ou enviados � pris�o. Tal atitude valeu-lhe um "honroso" terceiro lugar. O CPJ tamb�m colocou o Afeganist�o, Tchech�nia, Faixa de Gaza e Cisjord�nia, Eritreia, Togo, Col�mbia e Belarus na lista dos piores lugares para se ser jornalista.

De referir que muitos jornalistas que d�o a conhecer as not�cias destes lugares, realizaram o �ltimo sacrif�cio; outros est�o na pris�o cumprindo longas condena��es, assinalou Joel Simon, director em exerc�cio do CPJ.

Mas o que interessa � que os seus colegas continuam a enfrentar ofensivas dos governos, viol�ncia f�sica, duras leis de imprensa e o fogo indiscriminado; tudo, para continuarem a oferecer as not�cias aos seus leitores.

Pergunto eu: Para quando um jornalismo livre?

domingo, fevereiro 29, 2004

Adopte um Jornalista

Adopte um Jornalista


O CampaignDesk.org n�o � a �nica institui��o nos EUA dedicada a um acompanhamento cr�tico dos "media". Outros exemplos: a Accuracy in Media, o Media Research Center, a FAIR, o Center for Media & Democracy. Na Internet ainda h� muitos outros "observat�rios" individuais.

Este ano surgiu um fen�meno curioso: o "Adopt-a-journalist". Uma s�rie de invid�duos iniciaram "blogs" na Internet com o objectivo de escrutinar exaustivamente cada um dos artigos de um jornalista em particular.

O mais famoso destes "blogs" era o Wilgoren Watch, que se dedicava a criticar cada palavra escrita pela jornalista Jodi Wilgoren - a rep�rter do "New York Times" que cobria a campanha de Howard Dean. Mas havia mais, direccionados a rep�rteres como Nedra Pickler (da Associated Press) e mesmo a colunistas como Mona Charen (cujos artigos de opini�o s�o publicados em v�rios jornais).

Desde o final de Janeiro (quando Howard Dean come�ou a ficar fora da corrida) que a maior parte destes "blogs" n�o � actualizada. Mas o conceito de "adoptar um jornalista" ficou. O tipo de an�lise nos "blogs" de "Adopt-a-Journalist" � muito diferente do feito pelo CampaignDesk.org, mas Steve Lovelady reconhece-lhes virtudes.

Lovelady admite que estes "blogs" podem tornar-se numa "persegui��o" a um jornalista, mas tamb�m acha que n�o � mau que "os jornalistas tenham de prestar mais aten��o" ao que escrevem ou dizem: "No fundo, � uma forma de os jornalistas provarem o mesmo rem�dio que d�o aos pol�ticos".

Dica de P�blico

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Parceria

Parceria entre jornalistas do Brasil e de Portugal


O site brasileiro "O Jornalista" e este blog portugu�s firmaram uma parceria que ir� propiciar, entre outras coisas, o interc�mbio entre os jornalistas dos dois pa�ses de l�ngua portuguesa.

Para al�m disso, foi oficialmente lan�ado o grupo de discuss�o virtual Jornalistas Brasil�Portugal que pretende aproximar os jornalistas dos dois pa�ses, para um interc�mbio sobre as quest�es que envolvem a nossa profiss�o e o seu exerc�cio. Outras novidades se seguir�o a curto prazo.

Para fazer parte deste grupo, basta enviar uma mensagem em branco para o seguinte e-mail: jornalistasBrasil-Portugal-subscribe@yahoogrupos.com.br

De referir que o site "O Jornalista", voltado para os jornalistas, professores e estudantes de jornalismo, foi criado pelo jornalista brasileiro Vitor Ribeiro, com o objetivo de defender o ponto de vista dos que trabalham e lutam pela profiss�o de jornalista. O projeto contempla mat�rias, entrevistas, ilustra��es animadas, links, not�cias, espa�o de fotojornalismo, legisla��o referente � profiss�o e pesquisas sobre os principais temas referentes � pr�tica do Jornalismo no Brasil, al�m de ter a rela��o completa de todos os sindicatos de jornalistas do Pa�s e a �ntegra do anteprojeto de lei pela cria��o do Conselho Federal de Jornalismo.

Na edi��o que est� no ar, destaque para a entrevista com Ant�nio Carlos Fon, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de S�o Paulo e um dos mais premiados rep�rteres brasileiros. As ilustra��es animadas de Carvall s�o outro destaque do site brasileiro.

As bases est�o lan�adas. Aguarda-se a participa��o de todos.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Estigmas...

Estigmas...


Por Gustavo Barreto, editor da revista Consci�ncia.Net

1. O jornalista � superficial. Sabe muito pouco sobre tudo. Sua fun��o � transformar um argumento, seja ele qual for, em algo comunic�vel. N�o precisa entender sobre o tema, apenas convencer.

2. O jornalista � um pol�tico fracassado. Da� vem a necessidade de estar pr�ximo do poder, sem question�-lo, com a condi��o de ali permanecer.

3. O jornalista quer apenas aparecer. Faz qualquer coisa para ter um 'exclusivo', mesmo que aquela not�cia seja apenas uma curiosidade, e n�o de interesse p�blico.

4. O jornalista manipula as not�cias. Ele brinca com as palavras e constr�i uma realidade deturpada a seu bel-prazer, sem escr�pulos.

5. O jornalista constr�i a sua reputa��o, destruindo a dos outros. De nada faz para a constru��o da Na��o, e sim do seu pr�prio nome e patrim�nio.

6. Fofoqueiro. Na verdade, o jornalista � um grande fofoqueiro. Ganha (pouco) dinheiro para ouvir as coisas e contar para todo o mundo.


N�o ser� a primeira nem a �ltima vez que voc�, produtor de informa��o, ouvir� estas afirma��es. Mas porqu� colocar aqui frases t�o preconceituosas acerca da profiss�o de jornalista. Porque elas n�o surgiram do nada.

Aceita-se a argumenta��o de que nenhuma delas � verdadeira. Mas � igualmente irrefut�vel: todas t�m alguma realidade impl�cita. Quem, jornalista, nunca experimentou uma dessas sensa��es? Quem nunca se viu fazendo esses papeis? O que podemos fazer, afinal, para super�-los?

Aceitam-se ideias.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

O fim da Imprensa?

O fim da Imprensa?


Por Alessandro Barbosa Lima, consultor de marketing em meios electr�nicos e autor do livro E-Life - Ideias vencedoras para marketing e promo��o na Web

A Internet tem provocado mudan�as de poder nunca antes imaginadas. Primeiro decretou-se o fim do atravessador. De facto, empresas como a Sony e a Dell vendem directamente ao consumidor, mas os varejistas continuam a�, na Internet e fora dela. Os dois modelos convivem - at� ao momento - sem conflitos.
A Dell � um exemplo de que o consumidor agora � quem tem o poder. O poder para decidir na fabrica��o do produto antes mesmo dele sair da linha de montagem. Hoje s�o computadores, amanh� autom�veis, casas, enfim, todas as mercadorias.

Mas isso � apenas a ponta do iceberg. A facilidade de publica��o de conte�do na Internet poderia acabar com um dos mais antigos atravessadores do mundo, o atravessador de informa��es, a Imprensa?

A pergunta n�o � f�cil de ser respondida, mas alguns factos fazem-nos acreditar que em breve n�o precisaremos mais da Imprensa como a conhecemos hoje, ou do quarto poder, como ela tamb�m � chamada, devido ao seu poder fiscalizador.

Como fiscalizador da sociedade, a Imprensa representa-nos, � a atravessadora da opini�o p�blica para a pr�pria opin�o p�blica, num ciclo que se re-alimenta. Amplifica opini�es e, pelo menos na teoria, divulga informa��es verdadeiras que garantem uma sociedade mais justa e democr�tica.

Mas se pensarmos um pouco no papel da Imprensa dentro da sociedade da informa��o que est� sendo constru�da, podemos observar que h� algumas mudan�as, que silenciosa e lentamente poder�o enfraquecer o papel desta institui��o das sociedades democr�ticas.

A facilidade de propagar conte�dos atrav�s da Internet, em sites pessoais, blogs, correntes por e-mail comunidades virtuais e sites de not�cias enviadas pelos usu�rios, como o Slashdot, est�o mudando a face da informa��o e possivelmente mudar�o o que conhecemos por Imprensa no futuro.

Em 1995, criei a primeira revista da Internet brasileira, a Revista Mundi. Na �poca, da produ��o da p�gina � cria��o de imagens, era tudo muito lento e trabalhoso. Hoje, qualquer pessoa que conhe�a tecnologia e que saiba escrever pode-se tornar um pretenso jornalista, divulgando informa��es sobre o seu bairro, a sua cidade, ou o seu pa�s. Muitos usam este canal para falar de produtos. Se no passado revistas especializadas avaliavam ve�culos, e outros bens de consumo, hoje, estas avalia��es s�o realizadas em comunidades online ou em blogs e sites pessoais. N�o precisamos mais de atravessadores de informa��es.

Para um consumidor prestes a comprar um produto, a experi�ncia colectiva de milhares de consumidores ser� mais valiosa do que a experi�ncia de um �nico jornalista. As empresas "ponto com" n�o exageraram quando supervalorizaram o papel da Internet. Na Amazon ou no Submarino, por exemplo, posso ao mesmo tempo ler resenhas dos visitantes e comprar o livro. N�o precisamos mais da revista especializada em literatura.

Ser� que os nossos filhos preferir�o uma opini�o profissional, muitas vezes n�o t�o imparcial quanto deveria a v�rias opini�es de consumidores que efectivamente compraram o produto?

Muito j� se pregou sobre o fim de tudo, do livro ao pr�prio planeta. Concordo com Umberto Eco que diz que o livro n�o vai acabar, mas talvez acabe o formato actual. A Imprensa n�o vai acabar, com certeza. Mas a Imprensa n�o ser� mais algu�m com um diploma de jornalista na parede. N�o se trata de discutir o fim do diploma ou n�o. A discuss�o � mais nobre. Acredito que Imprensa seremos todos n�s, com disposi��o para disponibilizar conte�do na Internet e com credibilidade para ser lido e referenciado por outros.

A maior revista, o maior jornal, toda a informa��o sobre qualquer assunto est� hoje dispon�vel na Internet. N�o em sites, em locais espec�ficos, mas espalhado como uma erva daninha, como um rizoma. Hoje para achar conte�dos espec�ficos ou saber a cota��o da bolsa de valores � mais f�cil se apontarmos os nossos navegadores para um ve�culo de Comunica��o qualquer. S� a pr�xima gera��o de mecanismos de busca e agentes inteligentes poder�o reunir estas informa��es de forma organizada e criar uma revista ou jornal personalizados, impresso em papel especial, toda a manh�, como os computadores da Dell, sob demanda.

Por enquanto temos jornalistas escrevendo em meios de comunica��o respeit�veis. Assessores de imprensa tentando divulgar informa��es nestes meios e depois monitor�-las. E leitores.

No futuro, teremos leitores que tamb�m escrever�o. E especialistas em Informa��o e Comunica��o que ao inv�s de enviar realises mec�nicos para meios de comunica��o divulgando as empresas que representam, ir�o aprender a gerar boca-a-boca sobre produtos e servi�os para todos n�s, leitores-jornalistas da Internet. N�o haver� poucos alvos, todos seremos alvos. Todos que escrevem no seu blog, site pessoal ou numa comunidade on-line contribuir�o para a intelig�ncia colectiva ou opini�o colectiva sobre qualquer assunto. Os formadores de opini�o ser�o a chave para a Imprensa e para as Rela��es P�blicas do futuro.

Dica de Sueli dos Santos, em e-mail enviado para o grupo Jornalistas da Web.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Ser Rep�rter �...

Para Boanerges Lopes, jornalista, Doutor em Comunica��o pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor na Universidade Federal de Alagoas...


Ser rep�rter �...


1. Saber que a reportagem como actividade n�o existiu ou foi irrelevante em 200 dos 400 anos da hist�ria da Imprensa;

2. Entender que a reportagem � um g�nero jornal�stico privilegiado e que se afirma na actualidade como o lugar por excel�ncia da narra��o jornal�stica;

3. Como diz o Zuenir: �Que os outros n�o me queiram mal, ou n�o me atirem pedras, mas se todos desaparecessem e s� ficasse o rep�rter, o jornalismo continuaria vivo�;

4. Desculpar-se ao Vin�cius, aos editores e redactores, juntamente com o Cl�vis Rossi, mas n�o deixar de dizer que rep�rter � fundamental: Certamente a �nica fun��o pela qual vale a pena ser jornalista;

5. Lembrar que antigamente o bom profissional era aquele que sa�a para a rua com a caneta e um peda�o de papel e voltava com uma not�cia, uma hist�ria alegre ou triste que estivesse a acontece naquele momento;

6. Poder testemunhar a hist�ria de todos os tempos e de cada tempo em si;

7. Algo paradoxal, pois � ao mesmo tempo a mais f�cil e a mais dif�cil maneira de viver a vida;

8. Muito mais transpira��o do que inspira��o;

9. Gastar a vista lendo, lendo, lendo, de bulas de rem�dios aos cl�ssicos, no intuito de descobrir tantos quantos forem os factos relevantes, necess�rios a gerar boas pautas, ou informa��es m�nimas que sirvam como ponto de partida para se buscar boas reportagens, geralmente calcadas em longas jornadas;

10. Ter como refer�ncia na forma��o, os textos de bons rep�rteres: Capote, Talese, Mailer, Reed, Walsh, Defoe, Hemingway, Abramo, Biondi, Kotscho, Braga, Silveira, Euclides da Cunha, e n�o tantos outros;

11. Entender que as suas fun��es variam diante das situa��es hist�ricas, econ�micas, sociais e pol�ticas;

12. Segundo Nilson Laje: �Processar dados com autonomia, habilidade e reactividade, uma compet�ncia humana que pode ser aprimorada pela educa��o e pelo exerc�cio�;

13. Compreender que a reportagem � sempre uma ac��o transitiva e que, como sujeito, � preciso ao profissional manter contacto imediato com todos os sentidos: o olhar, paladar, olfacto, tacto e a audi��o de quem n�o pode ver, gostar, cheirar, tocar e ouvir o acontecimento;

14. N�o ser �rec�rter�, que segundo Lic�nio Neto � aquele sujeito pouco criativo que imita estilos de outros;

15. Ter persist�ncia, curiosidade, tenacidade e interesse pelo que faz � e uma grande aptid�o para se envolver com pessoas de todos os n�veis e feito os mais diversos poss�veis � de crimes hediondos aos buracos de ruas;

16. Segundo Ac�cio Ramos: �aquele que pergunta�;

17. Saber que perguntar n�o � uma tarefa f�cil. E que se a pergunta n�o for bem formulada pode ofender;

18. Fugir de perguntas cretinas como lembra Nello Marques: �Voc� est� optimista?� (diante de qualquer disputa); �Qual a sua maior esperan�a?� (para a m�o que procura um filho desaparecido); �O que mudou na sua vida?� (depois de ganhar algum pr�mio ou depois de um grave acidente);

19. Lidar com os mais variados tipos de entrevistados;

20. Perceber que existem alguns tipos que precisam ser evitados: o �crica�, o distra�do, o empolado, o partid�rio, o sabe nada, o sabe tudo e por a� vai;

21. Ser capaz de organizar dados num tempo reduzido e apresent�-los para que o maior n�mero de pessoas possa entend�-los;

22. Segundo Marcos Faerman: �Ter alma de rep�rter, alimentando-se do esp�rito de aventura, fasc�nio pela descoberta e pela hist�ria ainda n�o contada�;

23. Posicionar-se contrariamente aos macaquinhos chineses: ver, ouvir e contar � com enorme compet�ncia;

24. Segundo Aud�lio Dantas: �Ter uma certa dose de megalomania, na medida suficiente para acreditar na sua capacidade de mudar o mundo�;

25. Assumir-se como a figura humana mais caracter�stica do Jornalismo;

26. Segundo Cl�vis Rossi: �Batalhar pela conquista das mentes e cora��es dos seus alvos, leitores, telespectadores ou ouvintes para a causa da justi�a social, ingrediente que jamais pode ser dissociado da democracia�;

27. Deslocar-se de um universo testemunhal � denota��o contemplativa � para um universo instrumental � denota��o operacional, com intensa desenvoltura;

28. Seguir os ensinamentos de Juarez Bahia: apurar e redigir com correc��o, veracidade, exactid�o e credibilidade;

29. Entender que uma boa reportagem � fruto de uma observa��o cuidadosa, como orienta Cl�udio Abramo;

30. Ter clareza de que o mais importante � a not�cia, n�o o jornalista;

31. Assumir que o rigor no apuramento dos factos � determinante para a qualidade de qualquer trabalho jornal�stico;

32. Trabalhar em equipa;

33. Observar o conselho de Her�doto Barbeiro: �Ser criterioso com as mat�rias t�cnicas, pois o excesso de dados pode confundir o ouvinte ou telespectador que n�o vai ter a oportunidade de ouvir a reportagem novamente�;

34. N�o tratar com humor e humilha��o o sofrimento das pessoas;

35. N�o julgar os entrevistados nem querer mudar comportamentos;

36. Compreender que a fonte � imprescind�vel, mas a pr�tica do �fontismo� deve ser descartada;

37. Procurar a forma mais simples, mas n�o simpl�ria, de levar a informa��o ao p�blico;

38. Batalhar sempre pela verdade, embora muitas vezes n�o se saiba o que ela �, nem onde est�;

39. Balizar seus procedimentos di�rios pelo C�digo de �tica vigente;

40. Participar, organizar, reivindicar. Bradar sempre: Rep�rteres, Uni-vos!;

41. N�o deixar de ler as experi�ncias contidas no livro �Rep�rteres�, organizado por Aud�lio Dantas e publicado pela editora Senac;

42. N�o esquecer de comemorar o dia 16 de Fevereiro, apesar de todos os pesares. De prefer�ncia, �beber uns copos� no tasco mais pr�ximo;

43. Concordar com o Rossi em g�nero, n�mero e grau, diante da resposta para a seguinte indaga��o: Rep�rteres s�o ou n�o seres idiotas? S�o, mas �s vezes conseguem at� ser felizes na sua estranha maneira de viver a vida�.

Dica de Eduardo Henrique Furlan, enviada para o grupo Defesa do Jornalismo.
Algu�m acrescenta mais alguma defini��o?